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O volume de serviços no Brasil frustrou as expectativas e recuou 0,4% em agosto. O movimento interrompe dois meses seguidos de expansão, o que havia levado o índice a atingir patamar recorde.
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Na comparação com o mesmo mês do ano passado foi registrada expansão de 1,7% no volume de serviços, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados ficaram bem aquém das expectativa em pesquisa da Reuters de altas de 0,2% na comparação mensal e de 3,6% na anual.
Agora, o setor está 15,0% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia), e 0,4% abaixo de julho de 2024, quando marcou o ponto mais alto da série histórica.
O que isso significa?
Mesmo com a surpresa negativa em agosto, este foi apenas o terceiro mês no ano em que o setor de serviço mostra recuo no volume. O bom desempenho da economia tem ajudado o setor a crescer, dando impulso à atividade.
Ao mesmo tempo, no entanto, levanta um sinal de alerta sobre a inflação. O BC no mês passado iniciou um ciclo de aperto monetário com alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a 10,75%, e são esperadas mais elevações nas duas últimas reuniões de 2024. Uma das principais preocupações do Banco Central é justamente a inflação persistentemente alta dos serviços.
Para Matheus Pizzani, economista da CM Capital, a divulgação de hoje deve levar a uma revisão das análises e projeções feitas a atividade econômica e inflação do país. “Em face dos valores atualizados, a urgência que cercava especialmente o caso da política monetária perde parcialmente sua significância, haja vista que, combinado com a perspectiva de não ocorrência de novos impulsos fiscais na segunda metade do ano e do aprofundamento da política monetária contracionista, resta pouco espaço para sustentação de um cenário de maior pressão sobre os indicadores inflacionários correntes”, aponta.
Como foi agosto?
O IBGE destacou que em agosto houve perdas em duas das cinco atividades pesquisadas. Informação e comunicação recuou 1,0%, em um resultado influenciado principalmente pela perda de 6,6% em serviços audiovisuais.
“A queda da receita dos cinemas está relacionada ao fato de julho ter sido um mês de recesso escolar e ir ao cinema é um programa bem comum nessa época do ano. Assim, tivemos uma queda nas receitas das salas de cinema em agosto frente a julho”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O outro resultado negativo foi registrado pelos transportes, com queda de 0,4%, devido, principalmente, à retração de 4,0% do transporte aéreo (-4,0%).
Por outro lado, mostraram avanços outros serviços (+1,4%) e serviços prestados às famílias (+0,8%). Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável em agosto.
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No mês, o índice de atividades turísticas ficou estável frente a julho, quando recuou 0,8%. Com isso, o segmento de turismo fica 6,9% acima do patamar de fevereiro de 2020, mas 0,8% abaixo do ponto mais alto da série, de fevereiro de 2014.
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