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A Rio Tinto anunciou nesta quarta-feira a aquisição da empresa norte-americana Arcadium Lithium por US$ 6,7 bilhões (R$ 36,85 bilhões), uma transação que posicionará a companhia como uma das maiores mineradoras de lítio do mundo.
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A gigante do setor de mineração informou que pagará US$ 5,85 (R$ 32,18) por ação em dinheiro pela Arcadium, representando um prêmio de quase 90% em relação ao valor de fechamento da empresa no dia 3 de outubro, que era de US$ 3,08 (R$ 16,94) por ação. A negociação ocorreu após a Reuters ter divulgado informações sobre um possível acordo.
Com essa aquisição, a Rio Tinto terá acesso a minas de lítio, instalações de processamento e depósitos estratégicos na Argentina, Austrália, Canadá e Estados Unidos, com reservas suficientes para suportar décadas de crescimento. Além disso, a empresa passará a contar com uma base de clientes de peso, que inclui montadoras como Tesla, BMW e General Motors.
Recentemente, o preço do lítio sofreu uma queda devido ao excesso de oferta na China e à desaceleração das vendas de veículos elétricos, o que tornou as mineradoras desse metal alvos atraentes para aquisições.
Jakob Stausholm, CEO da Rio Tinto, explicou à Reuters que a retração no mercado levou a empresa a agir rapidamente, aproveitando a oportunidade para adquirir ativos de alta qualidade a preços mais baixos. “Queremos muito o lítio para baterias, e isso envolve também o processamento. Considerando esses fatores, a Arcadium se torna a escolha lógica”, afirmou Stausholm. Ele ainda destacou que a transação se trata menos de cortar custos e mais de acelerar o desenvolvimento da Arcadium de forma eficiente.
Expansão estratégica
Com a conclusão do negócio, a Rio Tinto se consolidará como um dos maiores produtores de lítio para baterias, ao lado de competidores como Albemarle e SQM. Peter Coleman, presidente da Arcadium, disse que a expertise operacional e o forte balanço da Rio Tinto irão ajudar a desenvolver ainda mais os ativos da Arcadium.
“Eles não têm restrições de capital. Para nós, o crescimento depende de uma recuperação dos preços nos próximos dois ou três anos, e a Rio pode facilitar esse processo”, afirmou Coleman.
A Rio Tinto pretende integrar seus ativos de lítio ao novo negócio e manter a equipe da Arcadium, ressaltando o valor da experiência dos profissionais envolvidos. A combinação de minas operacionais da Arcadium, reservas de lítio robustas e instalações de processamento avançadas complementará as operações já consolidadas da Rio em cobre, minério de ferro e outros minerais essenciais.
A saúde financeira da Rio Tinto permite que a empresa financie esse crescimento sem comprometer suas operações atuais, de acordo com investidores e analistas. Jason Beddow, diretor da gestora de fundos Argo Investments, que detém ações da Rio, comentou que o negócio faz sentido estratégico, mesmo com o alto valor pago pelas ações da Arcadium. “Sim, o prêmio é significativo, mas os papéis da Arcadium estavam muito desvalorizados”, observou Beddow.
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O acordo, aprovado por unanimidade pelos conselhos das duas empresas, deve ser concluído até meados de 2025.
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