Energia Elétrica é Vilã e Inflação Sobe 0,44% em Agosto

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira (09) que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial, avançou 0,44% no mês de setembro. O número veio em linha com as expectativas — segundo a mediana das estimativas de economistas consultados pela Reuters, o número esperado era de 0,46%. 

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Em agosto, o indicador havia recuado 0,02%. No ano, o índice acumulado fica na casa dos 3,31%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 4,42%. 

Os grupos com maior contribuição para a inflação foram o de Habitação (avanço de 1,80% e correspondente a 0,27 ponto percentual do IPCA) e Alimentação e bebidas (0,50% e uma fatia de 0,11 pp do índice. 

Rede de energia – Imagem: GettyImages

Depois de apresentar deflação em agosto, o preço da energia elétrica teve impacto altista na inflação de setembro

Os únicos setores com impacto negativo no número cheio foram os artigos de residência (-0,01 pp) e despesas pessoais (-0,03 pp). 

Um dos principais “vilões” do mês foram os preços da energia elétrica, com a bandeira vermelha deixando as contas de energia mais caras. O item, que havia recuado -2,77% em agosto, teve uma alta de 5,36% em setembro

Por dentro dos números da inflação

Apesar do número um pouco abaixo do que o consenso de mercado previa, os investidores acreditam que o IPCA de setembro não tem a força necessária para retirar o Banco Central de sua trajetória de aperto monetária. 

Para Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, os riscos inflacionários continuam altos. Isso porque dados do mercado de trabalho — como a menor taxa de desemprego da última década —  mantém uma pressão elevada sobre os salários, o que pode dificultar uma convergência mais rápida da inflação para o centro da meta ou até mesmo uma reancoragem das expectativas futuras no horizonte de 18 meses. 

Além do crescimento da renda, o analista segue vendo a demanda por crédito aquecida. 

“O relatório de inflação do próprio Banco Central vem indicando que até 2027 a inflação não tem sinais claros de volta para o centro da meta e que, na ausência de um choque positivo de oferta, os juros tendem a permanecer elevados para tentar conter a expansão da demanda e consequentemente frear os preços”, explica Moreira. 

Em relação aos núcleos, a Ativa Investimentos vê uma pressão maior do que a esperada, mas com um comportamento acomodatício em relação mês anterior. 

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“Classificamos como neutra a a divulgação para a política monetária, visto que o número principal surpreendeu o mercado para baixo, mas a abertura foi marginalmente mais aguda. Preliminarmente, esperamos que nossas projeções não sejam fortemente alteradas, permanecendo em 4,3% para 2024”, concluem. 

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