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Cenários
Na noite da terça-feira (1) a agência americana de classificação de risco Moody’s anunciou a elevação do rating do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva. Segundo a agência, a atualização reflete melhorias materiais no crédito que devem continuar ocorrendo.
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Com a alteração, o Brasil está apenas um degrau abaixo do chamado “grau de investimento”, que indica baixo risco de crédito. Se o rating continuar subindo, a próxima nota para a Moody’s será Baa3, primeiro nível do grau de investimento.
A Moody´s afirmou que o país tem tido um crescimento mais robusto do que o previsto. Além disso, o histórico de reformas econômicas tornou seu perfil de crédito “mais resiliente”. A agência advertiu, porém, que a credibilidade do arcabouço fiscal é “moderada”.
Em maio deste ano, a Moody’s havia alterado a perspectiva (“outlook”) da nota brasileira para “positiva”, indicando que a alteração seguinte poderia ser uma melhora na classificação de risco. Que se confirmou na noite da terça-feira.
Perspectivas
Segundo Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, a notícia afeta os preços dos ativos financeiros, mas não muda a percepção de risco do mercado em relação à condução das contas públicas, que não é das melhores.
“Estamos em um movimento de elevação dos juros devido ao aumento da percepção de risco fiscal” diz ela. As expectativas de inflação não estão desancoradas por acaso, mas sim devido ao aquecimento da economia devido ao impulso fiscal.
Segundo Abdelmalack, há um “impacto nítido” na curva de juros, indicando a expectativa de um descontrole na condução das contas públicas em 2024 e nos próximos anos. “O déficit nominal está nos níveis observados na recessão econômica do governo Dilma Rousseff e no pior momento da pandemia do coronavírus”, afirma.
Não por acaso, as expectativas são de uma taxa Selic a 13% no fim do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central (BC). “Essa alteração do rating destoa um pouco do contexto”, diz ela. “A percepção no início de 2024 era diferente por conta da proposta de arcabouço fiscal e reforma tributária, mas neste ano houve uma deterioração na perspectiva fiscal porque houve esforço na arrecadação e não no corte de gastos.”
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Indicadores
Brasil
IPC-Fipe (Set)
Observado: 0,18%
Esperado: ND
Anterior: 0,18%
Produção industrial (Ago)
Esperado: ND
Anterior: – 1,4%
Produção industrial (12m)
Esperado: ND
Anterior: + 6,1%
Estados Unidos
Variação de empregos ADP (Set)
Esperado: 124 mil
Anterior: 99 mil
Estoques de petróleo bruto (semanal)
Esperado: – 1,5 milhão de barris
Anterior: – 4,471 milhões de barris
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O post Pré-Mercado: Qual o Impacto da Melhora no Rating Brasileiro apareceu primeiro em Forbes Brasil.