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A bolsa brasileira segue na seca e não vê uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) desde 2021. Ainda assim, a B3 pode ver a chegada de uma nova empresa. Simpar (SIMP3), holding controladora da Vamos (VAMO3), quer fazer uma reorganização societária foca na locação de veículos pesados e leves.
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A operação começaria por uma cisão dentro da Vamos — separando os ativos com foco em aluguel de veículos pesados. Na sequência, a ideia é fundir a nova empresa com a Automob, outra companhia controlada pela Simpar. Segundo uma apresentação institucional do segundo trimestre, a Automob é apresentada como “um dos maiores grupos de concessionárias de automóveis do Brasil com o maior portfólio de marcas”.
Em outras palavras, a ideia é fazer da Automob uma empresa de capital aberto.Mas ao invés de um IPO, a cisão dos ativos da Vamos vai permitir um lançamento direto na bolsa.
A Simpar chegou a bolsa em 2010. A operação proposta é uma tentativa de criar a rede de locação de veículos “mais diversificada” do país.
Como será a operação da Vamos?
Se a proposta for aprovada pelo conselho de administração da Vamos, os acionistas da companhia passariam a deter ações da Vamos Locação (que representa 6% do total da Vamos) e, posteriormente, da nova empresa criada com a fusão. A Vamos, se manteria com os seus braços de personalização de serviços e Seminovos.
Até o momento, a transação impõe um valor de patrimônio líquido de R$ 2,8 bilhões para a Automob e R$ 2,2 bilhões para o segmento de locação da Vamos.
A nova empresa será listada no Novo Mercado da B3, o mais alto nível de governança. A aprovação pelo conselho da economia deve acontecer no fim de novembro.
Vantagem ou desvantagem?
A proposta pegou o mercado de surpresa. Como reação ao anúncio, os papéis da Vamos sobem 4% nesta tarde.
Se a transação for aprovada, a Simpar deterá uma participação de 64,1% na nova empresa. A aquisição de uma participação de 35,5% na Automob pela Vamos Concessionárias por R$1,0 bilhão deverá ajudar a holding a reduzir seu endividamento de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre para R$ 2,3 bilhões.
Para o Bank of America, a atuação precificação feita da Automob colocaria ela como responsável por quase 50% do atual valor de mercado da Simpar. Segundo os analistas do BofA, a operação potencial não é suficiente para mudar o cenário de um menor crescimento para a Vamos e a Simpar em um futuro próximo, já que as companhias estão em processo de renovação de frota.
Já o JP Morgan acredita que a transação é positiva tanto para a Vamos quanto para a Simpar, desbloqueando valor da Automob. “De acordo com nossos cálculos, a SIMPAR está sendo negociada com um desconto de 16% na holding, assumindo o valor de mercado ponderado de suas subsidiárias listadas e 50% do valor justo que calculamos para as não listadas”, apontam os analistas.
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Ainda assim, o banco de investimentos aponta que uma desaceleração da economia, o impacto da alta dos juros e a dificuldade de integração de aquisições feitas anteriormente podem colocar a operação em risco.
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