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O oncologista Dr. Fernando Maluf, ao lado de Antonio Buzaid, celebra uma década de grandes conquistas com o Instituto Vencer o Câncer, que, desde sua criação, tem revolucionado a pesquisa oncológica no Brasil. Em comemoração aos 10 anos da instituição, será realizado um jantar beneficente hoje, 24 de setembro, na Casa Charlô, em São Paulo, com o objetivo de arrecadar fundos para a implementação de centros de pesquisa clínica em hospitais do SUS e instituições filantrópicas. Esses centros desempenham um papel crucial no desenvolvimento de novos tratamentos e medicamentos para o câncer e outras comorbidades, ampliando o acesso a terapias inovadoras e de qualidade para uma maior parcela da população.
“Nosso objetivo é garantir que todos os brasileiros tenham acesso aos melhores tratamentos, os mesmos oferecidos nos maiores centros de referência mundial”, afirma Maluf, destacando o impacto transformador da pesquisa clínica. “Todo medicamento e tratamento que conhecemos hoje foi, em algum momento, fruto de um estudo clínico. A pesquisa é o caminho.”
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O evento, além de comemorar os 10 anos do Instituto, incluirá sorteios e leilões de experiências exclusivas, como obras de arte, joias, vinhos raros e encontros com atletas renomados. Personalidades como Ana Maria Braga, Celso Portiolli e a cantora Simony já confirmaram presença, e a apresentadora Glenda Kozlowski será a anfitriã da noite.
Com seis centros de pesquisa já estabelecidos em estados como Amazonas, Pará, Maranhão e Bahia, o Instituto tem planos de ampliar esse número para 20 até o final de 2024, com a meta de alcançar 50 centros até 2025. “Nosso compromisso é com o futuro da oncologia e com o acesso equitativo aos tratamentos mais avançados. Esta é uma missão de responsabilidade social e científica”, completa Maluf.
Confira a entrevista com o oncologista Fernando Maluf sobre os avanços no tratamento e cura do câncer.
Quais você destacaria como os avanços mais importantes no tratamento e na cura do câncer atualmente?
Os avanços mais importantes para a cura do câncer incluem a evolução das imunoterapias, que são drogas que estimulam o sistema imunológico a trabalhar de forma mais eficiente contra o tumor. Um exemplo são os inibidores de checkpoint, que “retiram o esconderijo” do tumor, expondo-o ao sistema de defesa do corpo. Também vemos progresso nas vacinas contra o câncer e nos anticorpos conjugados a drogas, que se ligam ao tumor e liberam doses letais de quimioterapia diretamente dentro da célula tumoral.
Existem novas abordagens além das imunoterapias?
Sim, uma área de grande inovação são as drogas radiofarmacológicas, que se ligam ao tumor e liberam doses letais de radiação diretamente nele. Além disso, temos as terapias celulares, como o CAR-T-Cell, que inicialmente foram usadas em leucemias, linfomas e mielomas, mas estão sendo estudadas para outros tipos de câncer, como o de mama, pulmão, intestino e próstata. Essas novas tecnologias estão abrindo caminhos promissores para o tratamento.
E em termos de tratamentos mais localizados, houve progresso?
Sim, tratamentos locais também têm avançado. Por exemplo, os tratamentos ablativos, que usam técnicas de congelamento ou superaquecimento para destruir os tumores, têm se mostrado eficazes em tipos de câncer como o de rim. Além disso, as técnicas de radioterapia também melhoraram significativamente, proporcionando resultados muito bons em tumores de próstata, reto, esôfago e bexiga. Essas melhorias ajudam a preservar órgãos, reduzem os efeitos colaterais e aumentam as taxas de cura.
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O Brasil está acompanhando essas inovações?
O Brasil certamente está entre os países mais avançados no tratamento do câncer, mas, infelizmente, essa realidade se aplica a apenas 5 a 10% dos centros de tratamento, que são os centros privados. A grande maioria dos centros públicos ainda não tem acesso a essas tecnologias de ponta, o que cria uma disparidade no tratamento. Nosso trabalho no Instituto Vencer o Câncer é justamente tentar criar maior equidade nesse acesso.
Quais são os principais desafios e conquistas do Instituto Vencer o Câncer?
Um dos maiores desafios que enfrentamos no Instituto Vencer o Câncer é garantir que informações sobre diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer cheguem ao maior número possível de pessoas. Nosso portal é uma das maiores redes de informação disponível para todos os brasileiros. Também estamos focados no desenvolvimento de políticas públicas que melhorem o acesso a tratamentos avançados e na criação de centros de pesquisa que permitam que pacientes tenham acesso aos protocolos mais inovadores do mundo em tempo real. Isso tem sido fundamental para democratizar o acesso a medicações inovadoras e tratamentos modernos.
O que podemos esperar em termos de novos tratamentos e a busca por uma cura?
Estamos otimistas com o futuro. A evolução contínua das imunoterapias, dos anticorpos conjugados a drogas, das radiofarmacológicas, além das drogas mais convencionais como a quimioterapia e a hormonoterapia, está proporcionando melhores resultados na cura de vários tipos de câncer. Quanto maior o volume de pacientes tratados em centros especializados e maior a tecnologia disponível, melhores são as taxas de cura. O câncer é uma doença complexa, mas com os avanços que estamos presenciando, estamos cada vez mais próximos de novas soluções.
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