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O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (23), seu quinto pregão consecutivo de declínio, com deteroriação da percepção fiscal no país diante de ajustes na contenção de gastos pelo governo, na contramão da alta nas bolsas norte-americanas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,38%, a 130.568,37 pontos, menor patamar de fechamento desde 8 de agosto. Na mínima da sessão, chegou a 130.099,62 pontos. Na máxima, marcou 131.065,44 pontos. O volume financeiro no pregão somou R$ 19,6 bilhões.
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Após se reaproximar dos R$ 5,60 pela manhã, o dólar desacelerou mas ainda assim terminou o dia em leve alta, na segunda sessão consecutiva de ganhos. A moeda fechou o dia em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,5352. Em setembro, no entanto, a divisa dos EUA acumula baixa de 1,79%.
Investidores repercutiram nesta segunda o anúncio de sexta-feira sobre a contenção total de verbas de ministérios — que será reduzida de R$ 15 bilhões para R$ 13,3 bilhões, com ganhos de arrecadação compensando uma alta de gastos obrigatórios.
Em entrevista coletiva para comentar o relatório bimestral de receitas e despesas, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira que há incômodo na equipe econômica do governo em relação a uma “irracionalidade” na percepção de agentes econômicos sobre a gestão fiscal.
No front de juros, agentes financeiros mencionaram um tom “mais duro” do Comitê de Política Monetária (Copom) após a elevação da taxa Selic em 25 pontos-base na semana passada. Analistas consultados pelo Banco Central subiram sua projeção para o nível da Selic ao fim deste ano, prevendo agora uma alta de 50 pontos-base nos juros na próxima reunião da autarquia, em novembro, conforme pesquisa Focus divulgada nesta segunda.
Na visão de analistas do Itaú BBA, o Ibovespa “deu um até logo” para a tendência de alta no curto prazo. “O que pode segurar o mercado por aqui é que sob a visão do estrangeiro, o EWZ e o Ibovespa em dólar ainda não perderam suportes”, afirmaram Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta no relatório Diário do Grafista.
Nos Estados Unidos, os índices acionários encerraram levemente positivos, em meio a comentários de autoridades do Federal Reserve e dados estáveis de atividade empresarial, partindo da forte alta do mercado na semana passada, após a decisão do banco central norte-americano de reduzir os juros. O S&P 500 ganhou 0,28%, para 5.718,45 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,14%, para 17.974,27 pontos. O Dow Jones subiu 0,14%, para 42.124,10 pontos.
“A expectativa de longo prazo para a trajetória dos juros, tanto no Brasil quanto nos EUA, continuará sendo um elemento-chave para determinar os movimentos futuros do mercado financeiro brasileiro”, afirmou Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, em comentários.
Destaques
SANTOS BRASIL ON saltou 16,44%, em meio ao anúncio de que a gigante francesa do transporte marítimo CMA CGM acertou acordo para comprar 47,6% da companhia por R$ 6,3 bilhões. A empresa francesa também se comprometeu a lançar uma oferta pública de aquisição das ações remanescentes da Santos Brasil.
VALE ON subiu 0,31%, mesmo em meio ao declínio dos futuros do minério de ferro na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrando as negociações diurnas em queda de 4,5%, a 658,5 iuanes a tonelada. A mineradora anunciou na sexta-feira que seu novo presidente, Gustavo Pimenta, assumirá o cargo em 1º de outubro.
PETROBRAS PN subiu 1,02%, apesar da reversão durante a sessão da tendência de alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent encerrando em queda de 0,8%, a US$ 73,90.
ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,58% e BRADESCO PN perdeu 2,58%, ambas selando seu sexto pregão seguido de queda. No setor, BTG PACTUAL UNIT desvalorizou-se 1,62%.
USIMINAS PN perdeu 4,76%, com JP Morgan rebaixando o papel para “underweight” e reduzindo preço-alvo de 11 reais para 5,50 reais. Analistas citaram custos de produção ainda elevados, apesar da reforma do alto-forno 3 em Ipatinga (MG), um mercado global de aço ainda pressionado por altos níveis de exportação da China e uma revisão para baixo das projeções do banco para os preços do minério de ferro em 2024, 2025 e 2026.
WEG ON subiu 3,43%, na esteira de relatório de analistas da BB Investimentos apontando para oportunidade de compra da ação em estratégia de swing trade. Na semana passada, a companhia anunciou investimento de 670 milhões de reais nos próximos cinco anos em expansão de capacidade e verticalização de negócios com transformadores e motores elétricos no Brasil e no México
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