Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O mercado financeiro global teve uma tarde de montanha-russa. Wall Street ensaiou um dia de ganhos após o primeiro corte de juros em mais de quatro anos por parte do Federal Reserve, mas fechou a sessão no vermelho. O Ibovespa acompanhou — queda de 0,90%, aos 133.747 pontos, depois de quase zerar as perdas do dia. O dólar à vista caiu 0,48%, a R$ 5,4601.
Leia também
No meio da tarde, o Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano, reduziu os juros referenciais dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual, levando os Fed Funds para a faixa de entre 4,75% e 5,00% ao ano. Embora o comunicado tenha adotado um tom agressivo sobre eventuais novos cortes, as falas de Jerome Powell, presidente do BC americano, acabou minando o otimismo do mercado.
Petrobras pesa
No campo macroeconômico, não foi apenas o Fed que esteve nos holofotes. Depois do fechamento do mercado será a vez do Banco Central brasileiro divulgar o que deve ser a retomada do ciclo de alta nos juros.
No compasso de espera, o Ibovespa passou toda a sessão no vermelho. No momento da divulgação do corte de juros nos Estados Unidos a bolsa brasileira ensaiou zerar as perdas do dia, mas logo voltou a perder fôlego.
O desempenho negativo foi ampliado pelo desempenho das ações da Petrobras. Por aqui, os investidores estão temerosos de que a petroleira não repasse aos consumidores o forte enfraquecimento do preço do barril de petróleo nas últimas semanas. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a empresa disse que “não procede” a informação de que teria decidido pela redução nos preços dos combustíveis.
PETR3 caiu 1,90%, enquanto PETR4 recuou 2,24%
Montanha-russa de Powell
Nos Estados Unidos, as bolsas viveram uma verdadeira montanha-russa.
Havia uma grande divisão entre os investidores se a redução na taxa básica de juros seria de 0,25 pp ou 0,50. O corte na taxa de juros veio acima do consenso de mercado (0,5 p.p) e o mostrou que os diretores acreditam em uma taxa 2 pontos percentuais mais baixa até 2026. Mas os investidores não gostaram do tom adotado por Powell na tradicional coletiva de imprensa pós-divulgação.
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Powell utilizou a coletiva para moderar a reação do mercado de juros para o corte acima das expectativas.
“Ao dizer que as projeções não sugerem uma corrida do Fed para reduzir os juros, que o corte de 0,5 pp não é um sinal para os próximos encontros e que as próximas decisões podem ser ajustadas, Powell buscou evitar que o mercado adote uma precificação mais agressiva para a queda na curva de juros”, pontuou o economista.
Segundo o economista, o que se pode esperar do Fomc é uma postura reativa conforme os novos dados econômicos vão sendo divulgados, sem uma trajetória definida para os cortes futuros. “Powell reforça a visão do relatório de projeções de que o Fed quer um ciclo rápido, mas não um ciclo mais agressivo do que o imaginado em junho.”
Depois de ter batido as máximas com o corte, as bolsas em Nova York voltaram para o campo negativo. O S&P 500 caiu 0,28%, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq recuaram 0,25% e 0,30%, respectivamente.
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Fique de olho
A Agrogalaxy (AGXY3) comunicou que o seu conselho aprovou o pedido de recuperação judicial da companhia. O CEO e diversos conselheiros renunciaram. No ano, a empresa acumula queda de mais de 70% no preço das ações. Os papéis são negociados fora do Ibovespa.
Escolhas do editor
O post Ibovespa sente o peso da Petrobras e de NY e cai após corte de juros nos EUA apareceu primeiro em Forbes Brasil.