Varejo dos EUA tem alta inesperada e indústria se recupera

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REUTERS/Brian Snyder

Dados mistos dos EUA sobre varejo, indústria e emprego tornam a decisão do Fed mais acirrada

As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram em agosto, contrariando a previsão de queda. O resultado sugere que a maior economia do mundo permaneceu em sólida durante a maior parte do terceiro trimestre.

Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, as vendas no varejo norte-americano aumentaram 0,1% no mês passado, após uma revisão para cima em julho, a 1,1% em julho. Economistas consultados pela Reuters previam queda de 0,2% no comércio varejista, após uma leitura original de alta de 1,0% no mês anterior.

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A abertura do dado mostra que as vendas no varejo excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação cresceram 0,3% no mês passado. Em julho, houve alta de 0,4%, após revisão.

Os dados foram conhecidos no primeiro dia da reunião de política monetária do Federal Reserve. A maioria dos economistas espera que Fed corte a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (pp) nesta quarta-feira (18). Porém, no mercado futuro da CME, as apostas de queda maior, de 0,50 pp, já são majoritárias, totalizando 65% de chance.

Para James Knightley, economista-chefe para os EUA do ING, a resiliência do varejo norte-americano sugere que a decisão do Fed será feita no “cara ou coroa”. “Certamente, há um forte argumento para o Fed reduzir os juros, mas a questão é se todos os membros estão inclinados ao argumento de corte maior”.

O Fed mantém a taxa de juros dos EUA na faixa atual de 5,25% a 5,50% há mais de um ano. Entre 2022 e 2023, a autoridade monetária promoveu um aperto total de 5,25 pp para controlar a inflação.

EUA têm outros dados fortes

Recentemente, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a taxa de desemprego no país caiu a 4,2% em agosto, depois que quatro aumentos mensais consecutivos. A oferta de mão de obra proveniente da imigração vinha impulsionando a busca por vagas. No entanto, agora, esse movimento já está desacelerando.

Ao mesmo tempo, as demissões permanecem baixas em relação aos padrões históricos. Com isso, o mercado de trabalho nos EUA está em posição de continuar a gerar ganhos salariais constantes, que estão sustentando os gastos dos consumidores.

Já a produção industrial dos EUA aumentou em agosto em meio à recuperação de veículos motorizados. No entanto, houve uma revisão para baixo nos dados do mês anterior, sugerindo que a atividade manufatureira norte-americana continua fraca.

A produção da indústria aumentou 0,9% em agosto, uma queda de 0,7% em julho. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,3%, vindo de um declínio de 0,3% em julho, na leitura original.

A abertura do dado mostra que a produção de veículos automotores e peças acelerou 9,8% no mês passado, depois de cair 8,9% em julho. Já a manufatura de bens duráveis aumentou 2,1%, depois de cair 1,5% em julho. Por outro lado, a produção de bens não-duráveis caiu 0,2%.

O setor industrial norte-americano responde por cerca de 10% da economia dos EUA e vem sendo prejudicado pelos custos mais altos de empréstimos.

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“Ou seja, o fluxo de notícias misto torna a decisão do Fed mais acirrada”, resume Knightley, do ING.

Com isso, as estimativas de crescimento do PIB dos EUA no terceiro trimestre estão em torno de uma taxa anualizada de 2,5%, após expandir 3,0% no segundo trimestre.

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