Novameat recebe R$ 108 milhões e lança sua nova “carne vegetal”

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“Carne vegetal” simula fibras da carne natural para atrair consumidores

A Novameat, uma empresa de tecnologia alimentar sustentável com sede em Barcelona, na Espanha, anunciou na semana passada que arrecadou US$ 19,2 milhões (R$ 108,2 milhões na cotação atual) em uma rodada de investimentos Série A para ampliar sua capacidade de produção de sua tecnologia patenteada e de seus produtos de carne alternativa sem soja, entre eles o novo Shredded Nova-b*ef.

Desde 2018, a Novameat se especializou em tecnologias de construção de texturas 3D, sendo agora proprietária do ‘MicroForce’, uma tecnologia que produz texturas fibrosas que se assemelham à estrutura muscular da carne animal.

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Os consumidores não encontram os produtos de carne vegetal da Novameat nas prateleiras dos supermercados, mas  alguns tiveram a oportunidade de experimentá-los durante estadias em hotéis na Bélgica, Espanha, Países Baixos e Reino Unido. “Somos um mercado B2B, focado em prestadores de serviços alimentícios, distribuidores e fabricantes”, disse Giuseppe Scionti, CEO da Novameat. “Alguns de nossos principais clientes incluem distribuidores em larga escala que fornecem produtos à base de plantas para restaurantes, hotéis e empresas de catering.

Segundo o executivo, a empresa começou a colaborar com grandes fabricantes de alimentos na Europa para desenvolver produtos destinados tanto ao setor de foodservice quanto ao varejo. A rodada de investimentos, superada em adesões, foi liderada pela Sofinnova Partners e pela Forbion por meio de seu BioEconomy Fund. Outros fundos que já eram parceiros, como Unovis Asset Management, Praesidium e Rubio Impact Ventures, também se comprometeram a reinvestir.

Os valores investidos serão usados pela empresa para ampliar as atividades comerciais da Novameat primeiro na Europa, para depois expandir para a América do Norte e Ásia-Pacífico.

Vencedores da textura à base de plantas

Esse financiamento Série A coincide com o lançamento da versão mais recente do Shredded Nova-b*ef da empresa, que foi lançado há um ano. O produto, que se assemelha a uma costela assada desfiada, contém 19,9% de proteína de ervilha e fava.

Apesar de a versão anterior ter recebido feedback positivo do mercado, Scionti acreditava que algo precisava ser melhorado. “Na versão mais recente do Shredded Nova-b*ef, o objetivo foi melhorar a textura e a sensação na boca, refinando nossa tecnologia MicroForce”, disse ele. “Aperfeiçoamos a estrutura fibrosa para dar uma consistência mais autêntica de carne desfiada, semelhante à carne bovina tradicional.” A nova versão agora contém 20% de proteína, totalmente proveniente da proteína de ervilha.

Scionti acredita que produtos estão entre os “mais saudáveis” no espaço de proteínas alternativas. Na maioria das vezes, esses produtos são alimentos ultraprocessados, mas os produtos da Novameat não contêm soja, glúten, metilcelulose ou açúcares adicionados.

Crescimento da demanda por proteínas vegetais

O financiamento da Série A ocorre em um momento no qual o mercado global de proteínas alternativas experimenta um crescimento rápido, com as maiores empresas alimentícias do mundo apostando nas proteínas alternativas. Analistas projetam que o mercado de proteínas alternativas pode atingir US$ 290 bilhões (R$ 1,6 trilhão) até 2035, com o interesse crescente dos consumidores em reduzir o consumo de carne e explorar opções vendidas como sustentáveis.

Atualmente, cada vez mais empresas estão entrando nesse espaço, utilizando uma variedade de metodologias de produção que ciclicamente se tornam mais atraentes. Ou dos caminhos é que a fermentação para produzir proteínas vegetais ganhou espaço nos últimos anos.

Empresas líderes em proteínas alternativas, como Impossible Foods e Beyond Meat, dominam a indústria vendendo diretamente aos consumidores e aos serviços de alimentação. Embora a Novameat ainda seja relativamente pequena, em comparação com esses líderes do setor, ela fez avanços significativos desde sua fundação em 2018, vendendo seus produtos para restaurantes com estrelas Michelin.

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Junto com a startup espanhola Cocuus, e a empresa israelense Redefine Meat, a Novameat demonstrou que soluções orientadas pela tecnologia podem posicionar bem as empresas em um mercado cada vez mais focado em eficiência e escalabilidade.

“Embora garantir investimentos seja mais desafiador no ambiente atual, estamos vendo que os investidores continuam comprometidos com soluções escaláveis que têm forte respaldo tecnológico e aceitação do consumidor, além de garantir uma economia robusta por unidade”, diz Scionti.

A tecnologia da Novameat é um dos principais motivos pelos quais os investidores continuam a apoiar a empresa. Dan Altschuler, sócio-gerente da Unovis Asset Management, disse que a “capacidade da Novameat de replicar texturas e sabores complexos os posiciona na vanguarda da indústria” e que a empresa está “orgulhosa de continuar apoiando-a”.

*Daniela De Lorenzo é colaboradora da Forbes EUA, repórter especializada em políticas de sistemas alimentares, agritech e foodtech.

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