“Não é sobre competição, e sim colaboração”, diz Marcella Zambardino, da Positiv.a

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André Ligeiro e Alexandre Virgílio

Mariana Torres e Marcella Zambardino no Bold Woman Award, premiação da Veuve Clicquot para empreendedoras que estão expandindo seus negócios e transformando o mercado

Marcella Zambardino cofundou a Positiv.a depois de questionar tudo o que consumia e levava para dentro de casa. Há dez anos à frente da empresa de produtos sustentáveis de limpeza e higiene pessoal, composta 70% por mulheres, a empresária driblou desafios e trabalhou sua autoconfiança. “Não vai ficando mais fácil com o tempo, mas nos tornamos mais sábias.”

O resultado dessa construção rendeu à empreendedora o prêmio Bold Woman Award da Veuve Clicquot, que homenageia mulheres que estão expandindo seus negócios e transformando o mercado com coragem e ousadia. “É muito importante ter esse tipo de reconhecimento para mostrar para outras mulheres que é possível. Não é sobre competição, é sobre colaboração”, disse à Forbes durante a cerimônia na Pinacoteca de São Paulo, na noite de terça-feira (10).

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Mariana Torres, cofundadora da Diversa Jobs, uma plataforma de emprego voltada para diversidade e inclusão, também levou o maior prêmio em sua categoria, Bold Future Award, focado no início da jornada empreendedora. “Ser uma mulher empreendedora negra no Brasil não é fácil, mas com coragem e disciplina, em algum momento, o resultado chega.”

Diversidade e sustentabilidade nos negócios

Após receber o prêmio, Marcella Zambardino firmou uma nova missão: promover cada vez mais empreendedoras. “Quero fazer parte de um ambiente acolhedor para que mais mulheres possam prosperar.”

Movida pela sustentabilidade, a empreendedora defende o consumo como um ato político. “Grande parte dos problemas que estamos vendo no ar e nas enchentes é consequência do nosso consumo. Precisamos mudar isso com urgência.”

Também com esse olhar de diversidade, Mariana Torres criou a Diversa Jobs em 2021 com o intuito de tornar o mercado de trabalho no Brasil mais justo e igualitário. “O que me trouxe até aqui foi um desejo infinito de mudar as coisas. É o que me faz acordar todo dia”, disse a empreendedora, filha de mãe solo e criada na periferia do Rio de Janeiro. “Os meus passos vêm de longe. Antes de mim, vieram muitas outras mulheres, então eu não estou sozinha, apesar de representar todas elas hoje.”

Em menos de três anos, conquistou grandes clientes, como Dasa, Sony Music e Falconi e foi pioneira em considerar 11 diferentes recortes da população. “Damos oportunidades para quem não tem e não se vê representado naqueles espaços.”

O prêmio

Criado em 1972, na França, o prêmio homenageia o legado da empresária Madame Clicquot. Viúva aos 27 anos, decidiu assumir a maison em 1805, em uma época em que as mulheres não podiam trabalhar, estudar ou votar, e expandiu os negócios trazendo inovações. “Em todo o mundo, o legado da Madame Clicquot continua a inspirar mulheres a desafiarem antigos padrões e a serem líderes corajosas e inovadoras”, diz Catherine Petit, diretora-geral da Moët Hennessy no Brasil.

O prêmio reconhece fundadoras de empresas com esse mesmo espírito empreendedor. “Ousadia e coragem são alavancas importantes quando se quer provocar mudanças, e têm sido essenciais para que as mulheres passem a ocupar cada vez mais lugares”, afirma Bruna Soares, head da marca Veuve Clicquot no Brasil.

A categoria Bold Woman Award selecionou fundadoras ou cofundadoras de empresas com mais de três anos. Além de Marcella Zambardino, as empresárias Carolina Ignarra, Fabiana Tchalian e Patrícia Camargo também foram finalistas.

Já para o Bold Future Award, as candidatas deveriam ser fundadoras ou cofundadoras de uma empresa com menos de três anos. Bárbara Brito, Karen Geppert e Thais Keiko Monteiro concorriam ao prêmio ao lado de Mariana Torres.

O júri que selecionou as finalistas e vencedoras foi formado Catherine PetitCarole Bildé, Ana Fontes, Fabiana Corrêa, Fernanda Ribeiro, Lia Rizzo, Sandra Chayo e Viviane Duarte.

Em mais de cinco décadas, o programa já selecionou 450 mulheres em 27 países. No Brasil, essa é a terceira edição. A primeira aconteceu em 1992 e a segunda, em 2011. “Esperamos que as histórias das vencedoras e finalistas sejam inspiração para outras mulheres. Queremos inspirá-las a falar mais, empreender e ousar”, diz Catherine Petit.

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