“Dados são recursos, mas muitas empresas negligenciam”, diz ex-CIO da Casa Branca

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Foto de Theresa Payton via Rita Chantre / Global Imagens

“Quando você estiver buscando seu próximo sonho, seu próximo objetivo, não seja a pessoa que te segura. Já existem muitas outras pessoas por aí que vão tentar te impedir”, aconselha Theresa Payton.

Entre 2006 e 2008, durante o governo de George W. Bush, Theresa Payton foi líder de tecnologia da Casa Branca. Mas essa história começou meses antes, após uma ligação “suspeita”. “Quando me ligaram pela primeira vez, eu não atendi. Tinha acabado de voltar da licença-maternidade, estava vivenciando uma grande fusão no Bank of America e, consequentemente, completamente exausta. Minha assistente disse que a Casa Branca havia ligado e pedido para que eu retornasse. Pensei que fosse um trote”, conta Payton.

A executiva, que hoje lidera sua própria empresa de cibersegurança, veio ao Brasil para falar sobre os desafios enfrentados por mulheres na tecnologia e como enfrentá-los sem abrir mão de posições de liderança.

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“Após passar pelo processo seletivo, fui entrevistada e, durante as perguntas, questionei o motivo da minha escolha, pois não me sentia qualificada para o cargo. Sim, eu estava sentada na Casa Branca e mesmo assim duvidava da minha posição.”

No período em que liderou o time de tecnologia dos Estados Unidos, Theresa foi responsável pelo ambicioso projeto de transformação digital da administração pública, incluindo orçamento e fotografia inteiramente digitais, e estabeleceu o primeiro Centro de Operações de Segurança (SOC) dedicado sete dias por semana, 24 horas por dia, da Casa Branca.

“Quando o presidente quis assinar o primeiro orçamento anual em um tablet, fiquei desesperada. Não sabíamos se daria certo, mas estávamos prontos para realizar esse pedido. No fim, deu tudo certo”, relembra a ex-CIO.

Para Theresa, um método simples pode te ajudar independentemente da área de atuação: “Cometa falhas simples e rápidas. Para alcançar a inovação, é preciso errar. Então, que sejam erros fáceis de resolver.”

Em sua palestra no Brasil, oferecida pela Unico, startup de identidade digital, a executiva abordou os dilemas da tecnologia e da segurança digital para os negócios de empresas e instituições. Confira:

A importância de uma equipe de tecnologia bem estruturada

“Uma equipe de tecnologia estruturada impede que uma empresa negligencie assuntos importantes. Dados são um exemplo. Dados são recursos importantes, tão valiosos quanto dinheiro, mas muitas empresas não olham para isso desta forma. Quando você atua de forma descentralizada ou desestruturada, não há como evoluir, monitorar, gerenciar e treinar e levar a empresa para o próximo nível.”

Como avaliar uma equipe de tecnologia

“Se você, líder, tem uma boa equipe, que atua com as melhores práticas e com uma boa governança, sinta-se confortável. Por outro lado, se o time é pequeno e sua empresa não tem estrutura, olhe para a eficácia das pessoas. Saber quantas pessoas são realmente eficazes e como os dados são gerenciados é o mais importante. O equilíbrio é o maior desafio.”

Os riscos de uma instituição despreparada para os desafios digitais

“Uma instituição corre grandes riscos sem uma equipe de cibersegurança. A privacidade das pessoas e a segurança e integridade dos dados estão em jogo. Mesmo empresas pequenas podem ter processos para impedir ataques, terceirizando o serviço ou contratando poucos (e bons) profissionais. Os riscos para a segurança digital são enormes e cada vez mais graves.”

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