O impacto econômico do envelhecimento dos boomers e da ascensão dos millennials

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Mais de 4 milhões de Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964, estão chegando aos 65 a cada ano até 2027. Como consequência, estão saindo da força de trabalho em massa. Enquanto isso, a força de trabalho principal está crescendo a um ritmo de caracol. Desde 2000, a população de 25 a 54 anos, cresceu apenas 7%.

Como os Estados Unidos, e demais países com as mesmas características demográficas, irão administrar essas tendências convergentes será um desafio monumental – e global – nos próximos anos.

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Com uma população envelhecida, cada país nessa situação deve enfrentar maiores obrigações dos gastos públicos com custos médicos e de Previdência Social. Isso porque haverá menos trabalhadores disponíveis para contratação em relação ao número de aposentados, por causa de um declínio de décadas nas taxas de natalidade.

Assim, tende a ficar mais difícil apoiar programas de auxílio social sem aumentos de impostos, cortes de benefícios ou dívida crescente. A longo prazo, a imigração e a maior produtividade são as únicas soluções reais para tal escassez estrutural de mão de obra.

Um tsunami de prata

No entanto, no curto e médio prazo as coisas não parecem tão sombrias. Ao menos nos EUA. Isso porque os Baby Boomers são a galinha dos ovos de ouro da economia.

A geração mais rica da história dos EUA está entrando em seus anos dourados carregando um enorme pé-de-meia. Com uma espantosa riqueza líquida de US$ 78 trilhões (R$ 436,8 trilhões), os Baby Boomers respondem por mais da metade da riqueza total do país.

Os Baby Boomers são uma das principais razões pelas quais os gastos com serviços têm sido robustos, variando do crescimento de passageiros de cruzeiros a viagens aéreas e gastos elevados em restaurantes. Além disso, os Baby Boomers não foram tão afetados quanto as gerações mais jovens por taxas de juros mais altas.

Mais da metade dos Baby Boomers que possuem suas casas as possuem totalmente, sem nenhuma obrigação de hipoteca. Além disso, dos que têm uma hipoteca, muitos estão presos a baixas taxas de juros para casas compradas quando os preços eram muito mais baixos.

Ao mesmo tempo, com a idade, vêm os problemas de saúde. E o setor é outra área de gastos crescentes para os Baby Boomers, contribuindo para o crescimento econômico norte-americano. A saúde é cara e representa uma parcela significativa e crescente da atividade econômica dos EUA, respondendo por 17% do PIB do país. De março de 2022 a março de 2024, o setor de saúde superou todos os outros setores em crescimento.

A ascensão dos millennials

Mas os Baby Boomers não são a única galinha dos ovos de ouro dos EUA. Outro contribuidor robusto para a maior economia do mundo é a geração Millennial, nascida entre 1981 e 1996.

Enquanto os Baby Boomers são a geração mais rica do país, os Millennials são a maior geração. Com isso, seu impacto econômico cresce rapidamente. Com uma estimativa de 73 milhões de Millennials nos EUA, o impacto econômico dessa geração só continuará a crescer.

Além disso, os millennials estão seguindo os passos das gerações passadas, mas com um atraso. Eles adiaram o casamento, a maternidade e a compra de casas para mais tarde na vida.

Por exemplo, as taxas de natalidade para mulheres de 35 a 39 anos aumentaram mais de 73% em 2023 em comparação com 1990. Mais que isso, aumentaram 126% no mesmo período para mulheres de 40 a 44 anos. Por outro lado, as taxas de natalidade caíram substancialmente para mulheres com menos de 30 anos.

Desde 2020, o patrimônio líquido dos Millennials mais que triplicou, subindo de US$ 4,5 trilhões (R$ 25,2 trilhões) para US$ 14,2 trilhões (R$ 79,5 trilhões). Trata-se do crescimento mais rápido em riqueza entre todas as gerações.

Com os Millennials mais velhos completando 43 anos este ano, eles estão em seus anos de pico de formação familiar e entrando em seus anos de pico de ganhos. E conforme as famílias Millennials crescem, a necessidade por mais espaço, casas maiores e mais bens de consumo também cresce.

Impactos econômicos

No geral, essas tendências demográficas sugerem algumas oportunidades interessantes. O investimento de longo prazo pode se concentrar mais em títulos de alta qualidade

Com o envelhecimento da população, a demanda por renda fixa deve aumentar e, assim, reduzir os rendimentos. Também pode haver mais demanda por assistência médica e produtos farmacêuticos.

Já a Inteligência Artificial (IA) e a robótica podem ser necessárias para compensar a escassez de mão de obra. Então investir em torno desses temas pode ser outra oportunidade de longo prazo.

O impacto de longo prazo na habitação é menos certo. Muitos Baby Boomers estão envelhecendo no local e as altas taxas de juros e preços estão atualmente sufocando a atividade imobiliária.

No entanto, eventualmente, essa geração pode se mudar para casas menores e instalações de cuidado dos idosos. Isso pode liberar estoques de moradias para as gerações mais jovens, que provavelmente gastarão dinheiro na reforma dessas casas mais antigas e em bens mais duráveis, como eletrodomésticos. Os construtores de casas também podem aumentar a produção para atender à demanda reprimida de moradias da geração Y nos próximos anos.

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Um velho truísmo afirma que “demografia é destino”. As principais tendências demográficas, embora apresentem desafios, criam um cenário propício para investimentos estratégicos.

Ao entender e antecipar as necessidades e comportamentos de gerações distintas, os investidores podem se posicionar para se beneficiar do ambiente econômico em evolução.

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