Como a inteligência artificial pode ajudar a sequestrar carbono

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Para Ron Hovsepian, IA, aprendizado de máquinas e carbono estão na agenda

Adaptar a agricultura às necessidades do século 21 e ao contexto climático presente é uma tarefa complexa. Por um lado, é preciso atender as demandas alimentares da população mundial, que deverá ser de 9,6 bilhões em 2050, exigindo um aumento de 70% na produção de alimentos, de acordo com estimativas das Nações Unidas. De outro, também é preciso cuidar do planeta.

O mundo está perto de ultrapassar a marca de dois graus Celsius, o que tem suas próprias ramificações globais. Nesse caso, como a agricultura e a pecuária podem ajudar a melhorar o controle climático? De modo geral, as fazendas não têm dados ou os insights para aderir ou melhorar a agricultura sustentável. Mas algumas empresas estão fazendo a diferença.

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É o caso da Indigo Agriculture, com sede em Boston, que se dedica a produtos biológicos e crédito de carbono. A Indigo economizou 72 bilhões de litros de água, operando em 14 países, incluindo o Brasil, com uma redução de 340 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE). A iniciativa impactou toda a cadeia de valor, com aplicações centralizadas para compradores de grãos, programas de otimização de cultivos, entre outros.

A empresa também desenvolveu um programa de contabilidade para uma produção mais sustentável. Em entrevista para a Forbes EUA, em Davos, na Suíça, o CEO da Indigo, Ron Hovsepian, falou sobre o tempo necessário para atender aos padrões atuais de mudança climática.

Hovsepian também contou sobre as suas experiências em diferentes empresas, trabalhando com inovação, e observou que muitas delas têm utilizado tecnologias emergentes de IA (Inteligência Artificial). Para ele, a Indigo é mais uma das empresas que faz bom uso das novas ferramentas.

“A IA e o aprendizado de máquina são absolutamente centrais para o que estamos fazendo aqui”, afirmou. Hovsepian destacou que dos 2,2 milhões de agricultores na América do Norte (EUA e Canadá), cerca de 200 mil produzem 80% das culturas nos EUA. Ao trazer dividendos de 5% a 8% de valor para os agricultores, disse ele, a empresa está ajudando a revolucionar a agricultura.

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Na questão climática, a Indigo se debruça sobre o mercado de sequestro de carbono. De maneira prática, isso parece bastante claro – por um lado, é preciso limitar a quantidade de carbono na atmosfera. Por outro lado, é preciso aumentar a quantidade de carbono no solo para as culturas.

A natureza tem o sistema ideal para conciliar as duas necessidades. As plantas automaticamente absorvem dióxido de carbono e sequestram carbono no solo. A Indigo, neste caso, trabalha com um sistema de créditos de carbono registrados para a agricultura, para melhorar a pegada de carbono da prática que é responsável por uma grande porcentagem das emissões totais.

Um artigo na revista Nature ilustra como isso funciona, com gráficos sobre sequestro de carbono e outras tendências do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

“A agricultura tem um trunfo na manga”, escreve Bianca Nogrady. “Embora atualmente seja uma fonte de carbono, também tem o potencial de ser um sumidouro de carbono, o que poderia alterar a trajetória das mudanças climáticas do planeta … Não é apenas possível, mas é relativamente fácil recarregar os estoques de carbono orgânico do solo apoiando e aprimorando os processos naturais que atraem e convertem CO2 em carbono do solo.”

Este é outro vínculo direto entre os esforços para combater as mudanças climáticas e o uso de ferramentas de IA. A Indigo fala frequentemente sobre a utilização da tecnologia para atingir seus objetivos. Também existem outras tecnologias, como aplicativos que gerenciam e limitam o metano na produção de leite. Juntas, essas soluções podem ajudar a trazer esperança para um futuro mais verde.

* John Werner é colaborador da Forbes EUA e diretor executivo e sócio da Link Ventures. Foi vice-presidente na Meta, no Vale do Silício, chefe de inovação no grupo Camera Culture do MIT Media Lab e cofundou o TEDxMIT. Também fundou e é CEO da ARIA, comunidade focada no potencial da realidade aumentada, e da Blockchain+AI+Human, Planetary Stewardship and Imagination in Action, que acontece no Fórum Econômico Mundial em Davos, no Vale do Silício e no MIT.

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