Mais de R$ 12 mil só em roupas: quanto custa ser um atleta de hipismo

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Luis Ruas

Stephan Barcha com Chevaux Goldfinger Império Egípcio (cavalo com o qual vai entrar no GP Longines) e uma das provas internacionais no Indoor 2024

O hipismo, um dos esportes mais tradicionais e aristocráticos do mundo, remonta à antiguidade, quando os cavalos eram treinados para batalhas e transporte. Ao longo dos séculos, essa prática evoluiu para um esporte sofisticado e repleto de tradição, conquistando status olímpico em 1900. Hoje, o hipismo não apenas preserva suas origens de nobreza e disciplina, mas também exige um investimento substancial de seus praticantes, consolidando-se como uma das modalidades mais elitizadas e onerosas. 

No Brasil, essa realidade é particularmente evidente em eventos como o Internacional e Nacional de Salto Longines São Paulo Horse Show, que refletem o alto custo associado à prática do esporte. Realizado entre os dias 20 e 25 de agosto, esse evento de grande porte atrai cerca de 30 mil pessoas ao longo de seis dias, com quase mil cavalos participando das competições. 

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Segundo Fernando Sampaio Ferreira Filho, atual presidente da Sociedade Hípica Paulista, o evento vai além das provas equestres, oferecendo uma variedade de atrações de entretenimento de alto nível, como shows de artistas renomados e a presença de marcas prestigiadas como Porsche e Hermès. “Hoje, o evento é uma plataforma completa, que vai do hipismo ao entretenimento, com atrações diversificadas”, destaca.

A grandiosidade do evento reflete o custo elevado de ser um cavaleiro ou uma cavaleira. Os valores para manter e treinar um cavalo competitivo são altos. Stephan Barcha, atleta olímpico e campeão do Pan-Americano de 2023, observa: “O hipismo é, sem dúvida, um esporte que exige um grande investimento, especialmente em relação aos cavalos e à estrutura necessária para mantê-los.”

De acordo com informações fornecidas pela Sociedade Hípica Paulista, tornar-se sócio do clube custa R$ 550 mil, além de uma mensalidade familiar de R$ 2 mil. A manutenção mensal de um cavalo gira em torno de R$ 5 mil, após a aquisição de um animal, cujos preços podem começar em R$ 700 mil e ultrapassar a marca de R$ 10 milhões.

Os uniformes também representam um custo significativo. Profissionais da loja Euro Horses explicam que os preços variam de marca para marca, mas não costumam diferir muito. Um uniforme completo da marca Samshield, por exemplo, incluindo camisa de competição, casaca e culote — a calça usada pelos atletas de hipismo — pode custar até R$ 6 mil. Apenas o quepe, capacete clássico do esporte, custa mais R$ 6 mil. Uma sela para cavalo varia entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. No total, um primeiro uniforme, para o esportista e seu animal, pode custar em torno de R$ 15 mil.

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“Não é um hobby barato, especialmente para quem deseja ter um cavalo. Manter o cavalo com o melhor bem-estar possível acaba elevando os custos. Mas o clube é formado por pessoas apaixonadas por cavalos, tanto as que possuem quanto as que não têm, mas que participam da escola de equitação”, diz Marcelo Leal, diretor da Escola de Equitação da Sociedade Hípica Paulista. Ele e outros envolvidos acreditam que todo valor investido na equitação vale a pena.

“O hipismo é fascinante. Ele cativa, e você acaba se apaixonando não só pelo esporte, mas também pelo cavalo”, afirma Marcelo. Stephan acrescenta: “Esse esporte é meu trabalho e minha vida. Desde garoto, nunca tive dúvida sobre o que queria fazer. Não passei por aquela fase de indecisão na adolescência sobre vestibular, etc. Sempre soube que faria do hipismo minha carreira profissional — sou apaixonado por isso.”

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