Depois de sobreviver a um ataque de tubarão, ela busca o ouro na Paralimpíada

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Ali Truwit, atleta dos Estados Unidos na Paralimpíada de Paris, estava de volta à piscina um mês após a amputação

Em maio de 2023, poucos dias antes de sua formatura na Universidade de Yale, a vida da americana Ali Truwit, de 24 anos, tomou um rumo inimaginável. Uma viagem de comemoração para fazer snorkeling nas Ilhas Turks e Caicos se transformou em uma luta pela sobrevivência quando um ataque de tubarão a deixou sem o pé esquerdo e parte da perna.

Apenas 15 meses depois, a ex-nadadora da Divisão I do sistema de ligas universitárias dos Estados Unidos vai competir na Paralimpíada de 2024 em Paris.

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Do ataque de tubarão à Paralimpíada

Apesar de muito jovem, Truwit é exemplo de resiliência. “Eu soube imediatamente que estava em uma corrida contra o tempo. Minha prioridade era voltar para o barco antes de perder a consciência.”

Com uma calma notável, Truwit e sua amiga nadaram 70 metros de volta ao barco, enquanto o tubarão ainda circulava. Uma vez a bordo, a colega de Truwit aplicou rapidamente um torniquete que salvou sua vida, marcando o início da sua jornada para a recuperação.

O período após o ataque trouxe tanto dor física quanto trauma emocional. “Num piscar de olhos, eu me tornei uma amputada para o resto da vida”, disse ela em entrevista à Forbes. Essa transformação abrupta a obrigou a enfrentar uma nova realidade. “Será que eu voltaria a me sentir uma atleta?”

Depois de perceber a fragilidade da vida, a jovem precisou buscar uma forma de seguir em frente. “Escolhi deixar que a gratidão me guiasse”, explica. Essa perspectiva, combinada com o apoio da família e amigos, tornou-se a base da sua reabilitação. “Tudo o que conquistei é resultado do apoio de inúmeras pessoas.”

De volta à piscina

Depois de um mês após a amputação, Truwit estava de volta à piscina, mas enfrentando muitos desafios. Ela teve que reaprender as técnicas de natação e se adaptar à sua nova realidade física.

A piscina, que antes era uma fonte de conforto, agora causava dor intensa, pois as terminações nervosas em sua perna recém-amputada reagiam à água. Ela também lutava com flashbacks vívidos desencadeados pelos sons da água, mas escolheu continuar. “Eu me recusei a deixar o medo ditar minha vida”, afirma. “Recebi uma segunda chance, e estava determinada a aproveitá-la ao máximo.”

O progresso de Truwit desafiou as expectativas, e cada pequena vitória na água alimentava sua motivação. Diante da escolha entre seguir seus planos de pós-graduação ou tentar entrar na equipe paralímpica, Truwit abraçou o desafio esportivo. “Parecia uma oportunidade única de representar meu país e o movimento paralímpico.”

Apenas seis meses após o ataque, ela alcançou um marco que antes parecia inimaginável, abrindo caminho para suas aspirações paralímpicas. Nas qualificatórias Paralímpicas em junho de 2024, Truwit conquistou três medalhas de ouro, estabeleceu um recorde americano e registrou tempos que a colocaram entre as três melhores do mundo.

Esses feitos, realizados apenas um ano após o evento que mudou sua vida, impressionaram os observadores e ela mesma. “Foi emocionante me sentir tão forte, capaz e competitiva tão cedo na minha recuperação”, diz. “Eu até surpreendi a mim mesma com meu desempenho.”

Para além das medalhas

Para Truwit, os Jogos Paralímpicos de 2024 representam mais do que uma conquista pessoal. “A Paralimpíada é muito mais do que esportes e medalhas”, diz Truwit. “É uma oportunidade de ganhar espaço para falar e representar temas importantes, além de aumentar a conscientização e a educação sobre as conquistas e necessidades das pessoas com deficiência.”

Em um curto período de 18 meses, Truwit não só se transformou em uma paratleta de nível mundial, como também se tornou uma defensora de uma comunidade que antes conhecia pouco. “Os atletas paralímpicos são verdadeiramente excepcionais”, diz. “Eu nunca compreendi totalmente o quão rápidos e habilidosos eles são no mais alto nível. É algo que abre os olhos, e estou comprometida em ajudar os outros a ver isso agora.”

A trajetória inesperada de Truwit também abriu seus olhos para outros pontos em relação à vida. “Não podemos controlar o que acontece com a gente, mas podemos controlar como respondemos e como damos significado a isso. Estou aqui, estou viva e vou trabalhar para dar sentido a isso.”

A jovem paratleta também espera inspirar as pessoas com sua jornada e resiliência. “Espero que minha história possa ser usada para inspirar e mostrar a outros que estão passando por traumas ou dificuldades que eles também podem se reerguer.”

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