Bancos da China têm lucro menor no 2º tri pressionados por setor imobiliário

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Quatro das cinco maiores instituições financeiras da China divulgaram lucro menor de segundo trimestre nesta semana, depois de responderem a um estímulo do governo para reduzirem juros como forma de estimularem a demanda por crédito diante de uma economia em desaceleração e pressionada por um setor imobiliário em dificuldades.

Ainda assim, todos os cinco bancos anunciaram dividendos intermediários pela primeira vez em mais de uma década, em linha com as empresas estatais, depois que o órgão regulador de valores mobiliários do país pediu no ano passado um aumento nos retornos dos investidores, devido à flutuação dos mercados de ações.

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Desde o ano passado, a China vem implementando medidas de estímulo ao setor imobiliário e cortando juros para impulsionar o crescimento da segunda maior economia do mundo. O país está à beira da deflação e enfrenta uma prolongada crise imobiliária, aumento da dívida e confiança fraca dos consumidores e empresas.

O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), o maior banco do mundo em termos de ativos, e o Banco de Construção da China (CCB) anunciaram nesta sexta-feira quedas de 0,8% e 1,4%, respectivamente, no lucro líquido do segundo trimestre.

O Banco da China e o Banco de Comunicações (BoCom) também divulgaram no início desta semana resultados menores para o período, embora o AgBank tenha contrariado a tendência nesta sexta-feira com anúncio de alta de 14,2% na linha final do balanço.

A margem líquida de juros (NIM) do ICBC – um indicador importante de lucratividade – diminuiu para 1,43% no final de junho, de 1,48% três meses antes, enquanto a do CCB também foi menor.

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A China é a segunda maior economia do mundo

Embora os outros três bancos tenham relatado uma margem estável ou um ligeiro aumento, é improvável que a pressão sobre o NIM diminua.

“Prevemos mais pressão sobre o NIM no segundo semestre de 2024, impulsionada pela reprecificação das hipotecas e pelas diretrizes do governo para reduzir os custos de empréstimos para apoiar a economia”, disse Vivian Xue, diretora de Instituições Financeiras da Ásia-Pacífico da Fitch Ratings.

Os pagamentos de dividendos mais altos aumentarão a pressão sobre os lucros dos bancos chineses devido à fraca demanda por empréstimos e juros menores cobrados por eles.

“Reduzir o índice de pagamento de dividendos para aliviar a pressão de capital nunca foi uma de nossas opções de política”, disse He Zhaobin, secretário do conselho do BoCom, a jornalistas após a divulgação dos resultados do banco, na quarta-feira.

IMÓVEIS PESAM

Enquanto alguns bancos alertaram sobre o aumento da inadimplência no setor imobiliário, outros pretendem aumentar o crédito para o setor, apesar de uma queda mais ampla na demanda por financiamento imobiliário.

O vice-presidente do BoC, Liu Jin, disse nesta sexta-feira que o banco planeja aumentar o crédito imobiliário e os empréstimos ao consumidor.

Os financiamentos para habitação diminuíram para 17% do total de empréstimos do setor bancário chinês até o final de 2023, de 21% dois anos antes, de acordo com a Fitch.

“Embora a exposição direta dos bancos às incorporadoras imobiliárias represente apenas uma pequena proporção de suas carteiras de empréstimos, a desaceleração prolongada do setor imobiliário mantém o risco de contágio nos setores ‘upstream’ e ‘downstream’”, disse Nicholas Zhu, analista do setor bancário na Moody’s.

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Para os cinco grandes bancos da China, os índices de inadimplência permaneceram praticamente estáveis ou tiveram uma pequena queda.

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