Quer se mudar? Região espanhola pagará até R$ 88 mil por novos residentes

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Uma vista de Guadalupe na Extremadura, que oferece muito dinheiro aos nômades digitais para se mudarem para lá

Enquanto destinos populares como Barcelona, Veneza e as Ilhas Canárias enfrentam os desafios do excesso de turismo – gerando até protestos e descontentamento local –, uma região europeia está oferecendo uma recepção calorosa aos estrangeiros: Extremadura, na Espanha.

Aqui, o governo local destinou 2 milhões de euros (R$ 12,1 milhões) para atrair até 200 nômades digitais com bolsas de até 15 mil euros (R$ 88 mil) para se mudarem para Extremadura e trabalharem. Mulheres e homens com menos de 30 anos podem receber  10 mil euros (R$ 61,5 mil), enquanto homens com mais de 30 anos podem receber 8 mil euros (R$ 49 mil). 

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Após dois anos, mulheres e homens com menos de 30 anos receberão mais 5 mil euros (R$ 31 mil) se permanecerem na região por mais um ano. Homens com mais de 30 anos receberão um adicional de 4 mil euros (R$ 24,6 mil) após dois anos para estender sua estadia por mais um ano.

Essa iniciativa estratégica visa aproveitar o trabalho remoto para injetar nova vida na economia da região e reverter as tendências de despovoamento e estagnação econômica. De acordo com um relatório do Resist, um projeto financiado pela União Europeia, Extremadura foi identificada como uma região menos desenvolvida pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). “Ela possui um alto índice de despovoamento rural, uma população trabalhadora envelhecida nas áreas rurais e falta de infraestrutura de transporte, levando a problemas socioeconômicos”, diz o relatório.

Atualmente, Extremadura tem a menor densidade populacional da Espanha, com 26 habitantes por quilômetro quadrado – em comparação, Barcelona tem 16 mil habitantes por quilômetro quadrado. Em 2017, o jornal regional Hoy relatou que a região estava perdendo 200 jovens com idades entre 20 e 39 anos por mês.

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Uma vista aérea da cidade de Trujillo na Extremadura, Espanha

Em toda a Europa, há muitos esforços como este para salvar cidades e regiões em decadência e atrair novos residentes. Na Itália, a Toscana estava pagando US$ 32 mil (R$ 176 mil) para novos residentes. A ilha da Sardenha oferecia cerca de US$ 15 mil (R$ 82,5 mil) para novos residentes. E ilhas na Irlanda estavam pagando US$ 92 mil (R$ 506 mil) para reformar uma casa.

O programa de Extremadura também faz parte de uma tendência global crescente, com regiões aproveitando os benefícios do trabalho remoto para enfrentar desafios demográficos e econômicos. Semelhante à abordagem adotada por Tulsa, nos EUA – que oferece US$ 10 mil (R$ 55 mil) e um espaço de co-working gratuito para trabalhadores remotos elegíveis –, Extremadura está se posicionando como um terreno fértil para profissionais que podem escolher onde morar com base na qualidade de vida, em vez da localização do escritório.

O destino espanhol também oferece um argumento convincente para aqueles que desejam abandonar a vida na cidade. A região tem um custo de vida significativamente mais baixo do que em muitas partes da Espanha. De acordo com o Numbeo, os aluguéis em Cáceres – uma das principais áreas de Extremadura – são 63,3% mais baixos do que em Madri, assim como os preços dos restaurantes (19,3% menores) e dos alimentos (5,2% mais baixos). Ela também possui uma infraestrutura robusta de telecomunicações, tornando-a um local ideal para pessoas cujo trabalho acompanha elas onde quer que vão.

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Como fazer parte do programa?

Como muitos desses programas, existem condições. Primeiro, cidadãos de qualquer país do mundo podem se inscrever, mas se você não for cidadão da UE, deve participar do programa de visto para nômades digitais da Espanha. Você não pode ter morado na região de Extremadura por seis meses antes de se inscrever para participar do programa. Você também deve se mudar para uma área com uma população de menos de 5.000 pessoas.

A profissão também importa. Extremadura prefere receber profissionais remotos da área de tecnologia. Você também precisa comprovar sua capacidade de trabalhar remotamente. Por fim, é preciso se comprometer a viver em Extremadura por pelo menos dois anos.

O período de inscrição para a bolsa deve ser aberto logo após a publicação dos detalhes da iniciativa no Boletim Oficial de Extremadura, provavelmente em meados de setembro. As inscrições devem ser enviadas eletronicamente através do Portal de Acesso Eletrônico Geral de Extremadura. Dado o número limitado de bolsas disponíveis, é preciso agir rápido.

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