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Parece ter chegado ao fim o tempo em que as métricas da Nvida impressionavam Wall Street. Apesar de ter relatado, na noite de quarta-feira (28), crescimento de mais de 100% no lucro e na receita, as ações da fabricante de chips reagem em baixa ao balanço financeiro.
O movimento vai na contramão das demais empresas do setor de tecnologia. Por volta das 14h, em Nova York, NVDA caía 4,01%. Na outra ponta, Google subia 1,05%; Microsoft tinha alta de 2,01%, Amazon crescia 1,65% e Meta (Facebook) avançava 1,30%.
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Apesar dos números robustos, foi o crescimento mais lento da receita em base anual da empresa, de 122% para mais de US$ 30 bilhões. Já o lucro líquido saltou 168% no confronto ano a ano, para US$ 16,6 bilhões ou US$ 0,67 por ação, com expansão dos ganhos inferior à metade do que a Nvidia relatou nos dois primeiros trimestres do ano-calendário de 2024.
Olhando a frente, a empresa elevou o guidance (projeções) de receitas para o trimestre atual e estima US$ 32,5 bilhões para o trimestre fiscal atual, ante US$ 31,7 bilhões estimados pelo mercado. Se confirmado, será um crescimento de 80% ante as receitas do ano anterior.
“Esta é a primeira vez que há críticas sobre a superação das estimativas e o aumento das perspectivas”, diz Peter Andersen, fundador da Andersen Capital Management.
Segundo ele, os números não são tão bons quanto alguns investidores haviam previsto. “Até mesmo a orientação futura não foi elevada na mesma proporção dos trimestres anteriores”, diz.
Nvidia decepciona
Essa desaceleração do crescimento é a principal preocupação e se reflete nas ações da Nvidia. Segundo especialistas, o receio é de que daqui para frente haja uma desaceleração do crescimento financeiro e, possivelmente, queda na receita.
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Ou seja, os investidores estão avaliando se a ação que se recuperou mais de 1.000% desde o início da atual alta do mercado, em outubro de 2022, essa desaceleração não seria um ponto crítico. Ao que tudo indica, parece que a barra ficou um pouco alta demais.
“Quando as expectativas são muito altas, um trimestre neutro parece ruim”, resume o Itaú BBA. Para o analista Thiago Kapulskis, pela primeira vez em muitos trimestres, a Nvidia teve o que pode ser chamado de um trimestre “nada inspirador”.
Para a Guide Investimentos, esse, talvez, seja o problema. “Os investidores da Nvidia, acostumados a resultados excepcionais, mostraram-se insatisfeitos com os números mais recentes,”, diz o economista Victor Beyruti.
Além disso, a Nvidia pode estar mostrando os primeiros sinais de desaceleração também nos gastos de capital para inteligência artificial, em meio aos desafios de fabricação da nova linha de processadores Blackwell. Esse produto representa a nova geração dos processadores de inteligência artificial da Nvidia, tida como a empresa na vanguarda da corrida pela IA.
(*Com agências internacionais)
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