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Crianças com deficiência e necessidades especiais precisam de fisioterapia para tratar os sintomas e desenvolver habilidades motoras essenciais. Porém, isso pode ser um desafio para os pais, médicos e fisioterapeutas. “Muitos profissionais da área da saúde me procuravam para encontrar alguma solução para que as crianças ficassem mais tempo na esteira”, conta Higor Pantaleão, diretor da New Cycle e idealizador do Fisioteraplay.
Com o propósito de transformar essa realidade, Higor convidou Emerson Martens, CEO da Bindflow, startup de tecnologia e software house, para desenvolver o “Fisioteraplay”, um jogo interativo, integrado às esteiras, cujo propósito é instigar as crianças durante as sessões de tratamento. “Ele me mandou um vídeo de uma paciente que não conseguia andar por 5 minutos sem ficar irritada na esteira. Depois do jogo que desenvolvemos, o pai enviou um vídeo dela por 40 minutos e sem querer parar. Isso me motivou, para mim não é só sobre dinheiro, é sobre propósito de vida”, diz Martens.
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O jogo já está em fase de testes em alguns hospitais, entre eles, o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, referência nacional em pediatria. “As crianças são super seduzidas pela tecnologia, elas veem os feedbacks em tempo real, sabem se acertaram ou erraram, onde precisam melhorar. Isso ajuda até na questão da dor, que acaba passando despercebida durante a fisioterapia”, compartilha Patrícia Bertolini, gerente do Centro de Reabilitação do Hospital Pequeno Príncipe
Outro fator importante para Patrícia é o acesso aos relatórios do aplicativo, que mostram a evolução dos pacientes. “É muito satisfatório, até para os pais, perceberem essa evolução diária das crianças, eles assistem aos filhos vencendo, não se negando a participar por mais difícil que seja. Isso é extremamente importante.”
Como o jogo foi desenvolvido
Os resultados promissores são fruto de muita pesquisa. Higor Pantaleão, que já trabalhava com equipamentos para academias, começou a receber pedidos para o desenvolvimento de uma esteira 100% adaptada e com velocidade reduzida, visto que a necessidade de andar é primordial para os pacientes.
“Eu desenvolvi a esteira, mas percebi que faltava alguma coisa. Então, em uma clínica, me mostraram um Nintendo Wii e disseram: ‘a gente precisa de um jogo como esse, com movimento, só que adaptado’. Daí surgiu a ideia para o Fisioteraplay”, relembra Higor.
Após encontrarem uma empresa para desenvolver o jogo e hospedar os dados dos pacientes, os sócios foram em busca de sensores especiais para o projeto. “Nós utilizamos sensores da HTC Vive, que estão em filmes de Hollywood, como Avatar. O motivo para a escolha é simples, esses dispositivos não captam nenhuma interferência externa, o que é necessário, já que algumas vezes alguém vai ajudar a criança durante o decorrer da sessão”, explica Pantaleão.
Agora, a intenção da equipe é viabilizar o Fisioteraplay para mais hospitais e clínicas no Brasil e no mundo. “Essa tecnologia pode ser aplicada em qualquer lugar do mundo. Nossa meta é facilitar para qualquer instituição interessada, porque queremos ajudar mais pessoas com o nosso projeto.”
Escolhas do editor
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