“Quero que o público sinta arrepios”, diz Fernanda Feitosa sobre feira Rotas Brasileiras

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Almeida & Dale

Obra de Emiliano Di Cavalcanti – Sem título, s.d.

A terceira edição da feira Rotas Brasileiras será realizada entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro na ARCA, em São Paulo. O evento, que já se firmou como um destaque no calendário cultural da cidade, oferece uma imersão profunda na cultura brasileira por meio das artes visuais, explorando novos caminhos para a arte contemporânea do país.

A feira reúne mais de 250 artistas, entre emergentes e consagrados, dos quais mais de 40% são mulheres. Com a participação de 67 galerias e instituições culturais de 14 estados brasileiros, incluindo Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, o evento convida os visitantes a explorar a diversidade e a riqueza cultural do Brasil.

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Fernanda Feitosa, fundadora e diretora executiva da SP–Arte, compartilhou algumas novidades sobre o segmento da feira dedicado ao mercado nacional. “Nesta terceira edição do Rotas, temos discutido bastante a introdução de Rodrigo Moura como diretor artístico, não é? É a primeira vez que contamos com um curador com essa responsabilidade, de tamanha magnitude”, afirmou. “Vamos apresentar tanto jovens artistas que estão emergindo no mercado quanto artistas octogenários”.

Um dos destaques desta edição é a estreia do setor Mirante, idealizado por Moura, que apresenta obras em grande escala, raramente exibidas. “Ele vai organizar um novo setor no centro da feira, o que é altamente simbólico. Esse espaço funcionará como um radar ou uma antena parabólica que capta expressões artísticas do passado e do presente, reunindo artistas tão diversos quanto Di Cavalcanti e novos talentos como Renata Carapiá e Jumbão. Sem dúvida, isso trará uma nova dinâmica à feira”.



Entre os participantes, destacam-se galerias já estabelecidas no circuito, como Almeida & Dale, Gomide&Co, Bolsa de Arte, Marilia Razuk e Millan, além de espaços mais recentes, como Mitre, HOA, Projeto Vênus e Verve. Galerias do Nordeste, como Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Paulo Darzé, Acervo, RV Cultura e Arte (Salvador) e Leonardo Leal (Fortaleza), também marcam presença no evento.

Além das galerias, a feira conta com a participação de institutos, acervos e espaços dedicados à preservação e à disseminação da obra de artistas consagrados da arte brasileira, como o Instituto Cultural Vlavianos, Caravana Farkas, Sertão Negro, Galeria Estação, Instituto Mario Cravo Neto, Karandash, Bancos Indígenas do Brasil e a coleção moraes-barbosa, voltada à preservação de obras efêmeras, como performances e arte postal.


Fernanda enfatiza a importância de que a arte ultrapasse o eixo Rio-São Paulo, permitindo que as diversas influências e manifestações artísticas e culturais de cada região se expressem plenamente. “Quando afirmamos que a feira é uma representação do mercado de artes nacional, para que essa afirmação seja verdadeira, é fundamental realmente buscar e trazer essa representatividade regional para o evento. Essa representatividade deve vir das galerias dessas regiões, e não apenas por causa da presença de grandes artistas regionais”, pontua.

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Feitosa também compartilhou algumas novidades sobre os artistas que participarão da feira. “Acredito que há algumas novidades surgindo, geralmente vindas dessas galerias. Por exemplo, temos o projeto Lorenzato, da Galeria Mitre, em parceria com Manuela Macedo, duas galerias mineiras que colaboram há muitos anos”.

“Temos também a galeria Karandash, que traz artistas alagoanos, como Maria Amélia, além de outra artista que gostaria de mencionar, Dona Roxinha. Outro destaque é a galeria Marcelo Guarnieri, que apresentará o trabalho de uma artista imigrante que vive em São Paulo desde 1936. Essa exposição não é comercial, mas sim uma declaração de posicionamento desses grandes artistas populares brasileiros”, acrescenta.

Ao ser questionada sobre o que espera que o público sinta ao visitar a exposição, Fernanda responde: “Arrepios. Já ouvi pessoas dizerem que ficaram arrepiadas e que se sentiram no Brasil ao visitar a feira. Quando criamos essa atmosfera, com foco em manifestações indígenas, africanas ou de influência internacional, a feira, especialmente o Rotas, dá um destaque especial a essas expressões. A sensação é de uma verdadeira imersão, onde as múltiplas vozes que compõem o país se tornam evidentes e ressoam mais alto”, conclui.

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