Ibovespa renova máxima, mas perde fôlego e fecha em queda

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Em dia de IPCA-15, Ibovespa cede à realização de lucros, enquanto dólar e juros futuros calibram apostas para Selic

 

O Ibovespa encerrou a terça-feira (27) em leve baixa, definindo o sinal negativo já nos ajustes finais do pregão. Ao longa da sessão, o índice de ações da bolsa brasileira recebeu apoio da alta das ações da Vale (VALE3), levando-o renovar máxima histórica durante o dia.

Ao final da sessão regular, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,08%, a 136.775,91 pontos. Na máxima, foi aos 137.212,64 pontos, novo topo histórico alcançado durante a sessão e, na mínima, batei os 136.664,4 pontos. Antes dos ajustes finais, o índice de referência do mercado acionário mostrava ligeira alta de 0,09%, aos 137 mil pontos. O volume financeiro somou R$ 17,956 bilhões.

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De acordo com o analista chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal, a bolsa brasileira passou por um movimento de realização de lucros em vários papéis. Em contrapartida, o desempenho da Vale (VALE3, +3,01) forneceu um suporte positivo importante.

A mineradora reagiu à alta do preço do minério de ferro na China e também ao anúncio do novo presidente-executivo.

IPCA-15 tem efeito misto

Além disso, os investidores também digeriram o resultado do IPCA-15.  A prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro desacelerou em agosto e subiu 0,19%, ante aumento de 0,30% em julho. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registra alta de 4,35% – um pouco abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central para este ano, de 4,5%.

O resultado calibrou as expectativas do mercado financeiro em relação ao rumo da taxa Selic. Para a Guide Investimentos, a dinâmica inflacionária melhor apontada pelo indicador deste mês em relação à leitura anterior não aliviam as “preocupações mais latentes do BC e, consequentemente, do mercado”.

Na opinião da casa de análise, um aumento “precipitado” de 0,25 ponto percentual (pp) na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom) parece “um preço baixo a se pagar”.

Já  para Étore Sanchez, economista da Ativa Research, o IPCA de agosto, a ser divulgado em 10 de setembro, contribuirá para a manutenção da taxa Selic em 10,50% no mês que vem.

Seja como for, André Fernandes, chefe de renda variável e sócio da A7 Capital, observa que o IPCA-15 impactou mais os juros futuros e o dólar, enquanto a bolsa brasileira não refletiu tanto o dado. “Em boa parte, o Ibovespa ficou em leve queda, com os investidores realizando lucros”, diz.

Dólar

Já o dólar à vista fechou em leve alta nesta terça-feira (27). Ainda assim, o aumento foi suficiente para a moeda norte-americana encerrar novamente acima de R$ 5,50.

Ao final do pregão regular, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,18%, a R$ 5,5028.

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Para Fernandes, apesar da alta da curva de juros futuros hoje, o dólar também não acompanhou o movimento com o mesmo ímpeto. Isso porque a divisa dos Estados Unidos vem perdendo força após o Federal Reserve (Fed) sinalizar que corte nos juros em setembro.

Ele também avalia que as apostas de uma possível alta da Selic em setembro ainda estão na mesa para o mercado doméstico. “Acredito que saindo o dado cheio do IPCA no inicio de setembro, isso possa mudar”, diz.

(Com Reuters)

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