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A Polícia Federal vai investigar se a onda de incêndios que atinge dezenas de cidade no interior de São Paulo desde sexta-feira tem origem criminosa, afirmaram ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo (25).
Na manhã deste domingo, o governo de São Paulo informou que o Estado tinha mais de 20 cidades com focos ativos de incêndios e que quase 50 municípios estavam em alerta máximo para queimadas. A PF abriu dois inquéritos para apurar supostas ações criminosas nos incêndios que ocorrem no interior do estado. Já haviam sido abertos 29 inquéritos no país para investigar queimadas no Pantanal e na Amazônia. O assunto foi discutido entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o diretor-geral da PF, Andrei Passos, os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.
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Milhares de brigadistas foram mobilizados, além de helicópteros do Estado e do governo federal para tentar controlar as chamas que causaram suspensão de atividades, bloqueio de rodovias e interdição de aeroportos.
Até um cargueiro KC 390 da Força Aérea foi mobilizado para ajudar no combate às chamas, mas não pode atuar diante da intensidade da fumaça que atinge o Estado, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a jornalistas em Brasília, que também vive neste domingo um dia tomado pela fumaça de queimadas.
A ministra disse que o governo trabalha com a suspeita de uma ação criminosa similar ao “dia do fogo”, numa referência ao 10 de agosto de 2019, quando uma ação orquestrada de criminosos ateou fogo em mais de 470 propriedades rurais. “Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo”, afirmou. “Nesse momento é uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”, disse a ministra. “Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte de nossa experiência de combate ao fogo.”
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Andrei Rodrigues, diretor da PF, disse: “Mobilizamos as nossas 15 delegacias espalhadas pelo interior [de SP] para que a gente possa identificar essa questão que envolve essas queimadas no estado”.
Rodrigues também explicou que o governo dispõe de ferramentas que permitem retroceder as imagens de satélite, até a identificação da origem dos focos de calor, o que deve auxiliar em grande medida as investigações. A atuação da PF no caso se justifica devido ao impacto do problema em áreas de interesse da União, como o funcionamento dos aeroportos.
A fumaça gerada pelas chamas no interior paulista e em outras regiões tem sido carregada por ventos favoráveis para as regiões centrais do país. Neste domingo, por exemplo, Brasília amanheceu com vários bairros encobertos pela fumaça. O fenômeno, facilitado pelo tempo seco, também foi registrado em outras capitais, como Goiânia e Belo Horizonte.
De acordo com o governo federal, um número recorde de brigadistas foi mobilizado para trabalhar no combate aos incêndios florestais neste ano, incluindo 1,4 mil na região amazônica e 800 no Pantanal. Helicópteros da Marinha e do Exército foram enviados nesta semana a São Paulo para auxiliar no combate aos incêndios no estado.
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