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O quanto a ascensão de um país no quadro de medalha dos Jogos Olímpicos tem relação com seus indicadores econômicos? Por exemplo, a China está convergindo com os Estados Unidos na contagem de medalhas da mesma forma que as economias estão se aproximando? E o que dizer sobre os países que formam o acrônimo BRICS?
Foi pensando nessa pergunta que o MacroPolo, think-tank que pertence ao Instituto Paulson, nos Estados Unidos, elaborou um estudo em busca de respostas. “Eu me perguntei se a conquista de medalhas olímpicas por um país a cada quatro anos se correlaciona com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período”, explica Damien Ma, fundador e diretor-gerente do MacroPolo.
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Segundo ele, a China é o país que está mais próximo dessa correlação. O desempenho do gigante emergente nos eventos esportivos após o boicote às Olimpíadas de Moscou, em 1980, coincide com a ascensão econômica nos 35 anos depois. O recorte do estudo vai até a realização das Olimpíadas de Tóquio, em 2021.
“Embora os gráficos pareçam um pouco diferentes, a China atingiu 70% do PIB dos EUA em 2021. Além disso, alcançou cerca de 80% da conquista de medalhas olímpicas obtidas pelos EUA no mesmo período”, observa o estudo.
Atualmente, em Paris, a China lidera o quadro de medalhas, até esta sexta-feira (2), com 13 ouros. Já os EUA aparecem em quarto lugar, com nove ouros. França e Austrália, que alcançaram o lugar mais alto do pódio 11 vezes, cada até o momento, aparecem na frente.
E o restante do mundo?
Já quando se faz uma leitura um pouco mais ampla, considerando-se os BRICS – incluindo os seis novos países-membros – a conquista de medalhas também se compara muito bem ao crescimento econômico desses países. Isso vale inclusive para o Brasil.
Ao todo, a bandeira verde-amarela esteve no pódio em 154 oportunidades na história dos jogos olímpicos (edições de verão). São 37 medalhas de ouro, 43 de prata e 74 de bronze. Com isso, o Brasil é o país sul-americano com o melhor retrospecto na história das Olimpíadas da era moderna e o 4º maior ganhador das Américas.
No entanto, o destaque entre os países do acrônimo outrora criado por Jim O’Neill, ex- Goldman Sachs, é o “notável” desempenho da Índia. “A ascensão econômica da Índia tem sido bastante desproporcional ao seu desempenho nas Olimpíadas”, ressalta o executivo do MacroPolo. Segundo Ma, é até difícil ver no gráfico as medalhas conquistadas por atletas indianos.
Outro destaque é a Coreia do Sul. Ainda que, à primeira vista, a conquista de medalhas pelos sul-coreanos pareça acompanhar o crescimento econômico do país desde a década de 1980, há um porém.
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O governo de Seul determinou, em 1973, que os atletas que ganhassem medalhas nas Olimpíadas estariam isentos do serviço militar obrigatório. “Isso pareceu ter tido um impacto a partir das Olimpíadas de 1976”, ressalta o executivo.
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Por estar oficialmente em guerra contra o Norte desde 1953, quando foi assinado um armistício, na Coreia do Sul todos os homens entre 18 e 28 anos devem fazer o alistamento militar e prestar serviço ao país por um período de dois anos. “Portanto, há um impacto dessa política no desempenho olímpico do país, além do econômico.”
Agora, resta saber se também há vantagem econômica comparativa à especialização esportiva para o Quênia em maratonas, a Jamaica no atletismo, e assim por diante.
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