Rebeca Andrade pode nomear novo salto e levar ouro na Olimpíada de Paris

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Laurence Griffiths/Getty Images

Rebeca Andrade pode trazer o ouro para casa na Olimpíada de Paris com sua ginástica tão bela quanto difícil

Rebeca Andrade está sob os holofotes neste domingo (28) com sua estreia na Olimpíada de Paris 2024. A atleta disputa a classificação feminina na ginástica artística ao lado da equipe brasileira na subdivisão 5 a partir de 16h10 (horário de Brasília).

Após uma performance de destaque na Olimpíada de Tóquio em 2021, a atleta de 25 anos rapidamente se tornou um nome conhecido e pode mudar o jogo nesta edição dos Jogos. Na quinta-feria (25), Rebeca apresentou um vídeo de um salto inédito ao Comitê Técnico da FIG (Federação Internacional de Ginástica), que categorizou o elemento com dificuldade 6.0.

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Salto Rebeca Andrade

O salto apresentado pela atleta, um Yurchenko com tripla pirueta, só vale menos que o Biles 2, da norte-mericana Simone Biles, com dificuldade 6.4. O elemento pode ganhar o nome de Rebeca Andrade se a ginasta apresentá-lo em uma competição oficial.

Apesar das expectativas para a Olimpíada, a ginasta ainda não confirmou se vai testar a novidade em Paris. Ela não apresentou o novo salto no treino oficial das seleções antes da competição, na quinta-feira, e treinou apenas os elementos com os quais já tem histórico.

Superando lesões

Campeã olímpica e mundial, Rebeca Andrade quebrou recordes na ginástica brasileira, mas seu sucesso não veio fácil. Sua carreira foi marcada por lesões, incluindo três rupturas de LCA (ligamento cruzado anterior), em 2015, 2017 e 2019.

Esses momentos a impediram de participar de campeonatos internacionais. “Tive várias oportunidades e momentos para desistir, mas não desisti”, disse Rebeca Andrade à FIG (Federação Internacional da Ginástica), em 2021.

Sua estreia olímpica aconteceu no Rio 2016. A então adolescente capturou a atenção do mundo ao se classificar em terceiro lugar para a final individual geral, superando a lenda russa da ginástica, Aliya Mustafina. Embora tenha enfrentado dificuldades na final, terminando em 11º lugar, ela chamou a atenção do mundo da ginástica.

O ano de 2017 parecia ser o ano de destaque de Rebeca Andrade. Ela entrou no campeonato mundial como uma das favoritas ao título individual geral, mas rapidamente se retirou após romper seu LCA durante os treinos. Os fãs se perguntavam se ela iria se aposentar devido às lesões, mas a atleta continuou a treinar.

As temporadas seguintes foram desafiadoras. Após finalmente competir em seu primeiro campeonato mundial em 2018, Rebeca Andrade sofreu sua terceira ruptura de LCA no Campeonato Nacional Brasileiro de 2019. Retornar de uma ruptura de LCA é extremamente difícil na ginástica. Duas? Inimaginável. Três? Nunca havia sido feito.

Virada em Tóquio

Na ausência de Rebeca Andrade, o Brasil teve dificuldades no Campeonato Mundial de 2019 e não conseguiu qualificar uma equipe completa para a Olimpíada de Tóquio. Parecia que as coisas não estavam destinadas a acontecer.

No entanto, a pandemia de Covid-19 adiou Tóquio 2020 para 2021. Embora o objetivo parecesse inviável na época, a próxima Olimpíada estava subitamente ao alcance.

Em Tóquio, Rebeca Andrade entrou para os recordes do esporte. Com sua segunda colocação atrás da americana Sunisa Lee na prova individual geral, Andrade se tornou a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica na ginástica. Quatro dias depois, ela se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar o ouro olímpico na ginástica, vencendo no salto sobre a norte-americana Mykayla Skinner. Seu momento finalmente havia chegado.

Mais conquistas

Alguns meses depois, Andrade acrescentou mais conquistas ao currículo no Campeonato Mundial de Ginástica de 2021, também no Japão. Optando por competir apenas no salto, nas barras assimétricas e na trave para dar o descanso necessário ao joelho, Rebeca Andrade saiu de Kitakyushu com uma medalha de ouro no salto e uma prata nas barras assimétricas. Em apenas três meses, ela passou de uma possível estrela a uma campeã olímpica e mundial realizada.

O ano de 2022 trouxe mais uma conquista notável. Andrade chegou a Liverpool, Inglaterra, para seu terceiro campeonato mundial e saiu como a ginasta número um do mundo. Na final individual geral feminina, ela superou a estrela emergente dos EUA, Shilese Jones, para se tornar a primeira campeã mundial individual geral da América do Sul.

Confronto com Simone Biles

Mas 2023 trouxe um novo desafio: Simone Biles. O tão esperado confronto entre as duas no campeonato mundial não decepcionou, com ambas as estrelas saindo de Antuérpia, na Bélgica, com cinco medalhas cada. Embora Biles tenha vencido nas provas individual geral e no solo, Andrade conquistou seu segundo título mundial no salto após Biles cair em sua habilidade característica.

No entanto, das cinco medalhas de Rebeca Andrade nesses campeonatos, uma de suas medalhas de prata foi provavelmente a mais impactante. Em uma noite histórica para a ginástica, Andrade liderou o Brasil para sua primeira medalha mundial na ginástica artística, conquistando a prata sobre a França.

O que torna Rebeca Andrade tão grande?

Além de sua resiliência e tenacidade inegáveis, Rebeca Andrade possui uma combinação de alta dificuldade e execução impecável. Tanto Biles quanto Andrade fazem um dos saltos mais difíceis do mundo, o “Cheng”, com a versão de Andrade frequentemente sendo considerada a melhor já executada.

Em apenas poucos anos, ela levou seu país do 7º lugar (2018) ao 4º (2022) e ao 2º (2023). A atleta não apenas se catapultou para a fama, mas impulsionou a ginástica brasileira à relevância internacional. Com Rebeca Andrade e sua companheira de equipe Flavia Saraiva à frente, o Brasil emerge como o principal concorrente dos Estados Unidos em Paris.

Expectativas para Paris 2024

Olhando para Paris, Andrade é, sem dúvida, a chave para o sucesso do Brasil com a primeira medalha olímpica no evento por equipes. A atleta de 25 anos também deve desafiar Biles por várias medalhas. Assim como a concorrente, Andrade não tem um evento fraco. Desde seus saltos que desafiam a gravidade até suas solturas nas barras executadas com facilidade, sua ginástica é tão bela quanto difícil. Os fãs podem esperar que ela dispute o ouro olímpico no individual geral, no salto e no solo, além de lutar por medalhas nas barras assimétricas e na trave.

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Embora a vantagem esteja a favor de Biles devido à sua maior dificuldade, Rebeca Andrade eliminou qualquer margem para erro. Com essa combinação de dificuldade e execução, a brasileira reduziu a distância entre a norte-americana e o resto do mundo. Independentemente do resultado, os fãs antecipam performances dignas de medalha de ambas as grandes ginastas.

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