Olimpíada de Paris: é hora de comemorar a história do Champagne

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Christian Petersen _Getty

O Champagne é uma bebida secular e símbolo de celebração

O início das Olimpíadas de Paris mostrou uma França inundada de comemorações. Pode-se contar com pessoas te servindo, com exclusividade, um Champagne. Por que? Porque eles têm feito isso há séculos. Os vinhos tranquilos do nordeste da França, incluindo a região que se tornaria famosa pelo Champagne, eram produzidos já na era romana.

O primeiro rei francês, Clóvis, foi batizado em Reims por volta de 496 e dizia-se que carregava um barril de Remois abençoado pelo bispo, que supostamente não secou até que o novo rei retornasse a Reims após várias batalhas vitoriosas.

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No século 14, as técnicas de vinificação tinham progredido tanto que estes vinhos eram cobiçados por reis e príncipes. O vinho Remois foi uma das bebidas proeminentes servidas na coroação de Luís XIV, em 7 de junho de 1654. Mais tarde, o rei presenteou o seu rival Carlos II da Inglaterra com as premiadas garrafas. Assim começou uma tradição de coroações na Catedral de Reims, com jantares luxuosos e vinhos Remois, bem como a prática de presentear os cobiçados vinhos Remois a outros membros da realeza e dignitários de alto nível.

A aclamação foi tanta que os historiadores passaram a chamar o vinho Remois de “a bebida comum de reis e príncipes”. Quando os produtores de vinho se depararam com a inovação do vinho espumante no final do século 17, os vinhos Remois já estavam preparados para se transformarem de cobiçados vinhos tranquilos em uma sensação global de espumante.

Certamente isso não aconteceu da noite para o dia e houve desafios ao longo do caminho, mas o Champagne acabou se tornando o brinde da cidade e sinônimo da ideia de “celebração”.
Assim como o Champagne e as celebrações têm uma longa história, o mesmo acontece com as suas bolhas e os esportes.

Spyridon Louis foi o vencedor da primeira maratona olímpica nos Jogos inaugurais de 1896. Algumas anedotas sugerem que ele parou para tomar uma bebida enquanto perdia a corrida. Um detalhe: isso nunca foi confirmado.

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Mas parar durante uma maratona olímpica para tomar uma bebida (e até mesmo vencer) não foi por acaso. Como observa Katherine Alex Beaven, da AtlasObscura, os atletas do início do século 20 consideravam o álcool e, em particular, o Champagne, semelhante às bebidas energéticas desportivas de hoje. Eles eram vistos como motor de uma explosão de energia por causa do alto teor de açúcar e à diversão da efervescência.

“Em 1908, o vencedor da Maratona de Chicago, o zelador que virou corredor Albert Corey, creditou sua vitória a um suprimento constante de Champagne”, relata Beaven. “Na Maratona Olímpica de 1908, pelo menos alguns corredores beberam álcool ou coquetéis de estricnina durante a corrida – incluindo os quatro primeiros a cruzar a linha de chegada.”

Beber e maratonas não ficam apenas nos livros de história. Até hoje existe uma maratona, que atravessa a região vinícola francesa, que homenageia esta herança. A Le Marathon des Chateaux du Médoc é um trajeto por cerca de 60 vinhedos, e o vinho é servido ao longo do percurso de corrida. E mais: os corredores são incentivados a usar roupas engraçadas. Os organizadores observam: “Com mais de 90% dos competidores fantasiados, este evento é mais um teatro ao vivo do que uma competição atlética”.

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Outra tradição que junta Champagne e esportes e que ocorre no mundo todo? Estourando garrafas e borrifando vinho em um pódio depois de ganhar um título importante é uma cena familiar para muitos fãs de esportes e provavelmente acontecerá durante os Jogos (mesmo que não seja necessariamente televisionada). De onde vem a tradição?

Os pilotos de Fórmula 1, Jo Siffert e Dan Gurney, são os responsáveis ​​por transformar o Champagne em uma forma ativa de celebração. Segundo a lenda, Siffert venceu a corrida de 24 horas de Le Mans em 1966. Foi presenteado com uma garrafa de Champagne, tradição que logo se tornaria habitual. A garrafa, por causa do calor ou por ter sido chacoalhada acidentalmente, soltou a rolha e banhou as pessoas que estavam nas proximidades. Isso foi considerado um acidente. Porém, quando os americanos venceram no ano seguinte, o piloto Dan Gurney sacudiu intencionalmente uma garrafa e encharcou seu companheiro de equipe, Carroll Shelby, e seus patrocinadores, Henry Ford II e sua esposa. Foi assim que nasceu mais uma tradição.

O que está reservado para as celebrações durante os Jogos Olímpicos de Verão de 2024 em Paris deste ano? Ninguém pode dizer ainda ainda, mas é justo que haja muito Champagne, espumante e comemorações.

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* Elva Ramirez é colaboradora da Forbes EUA. Escreve sobre vinhos, destilados e suas histórias do campo à taça.

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