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Recriar a cidade de Paris nublada, com sol, chuva e até na hora do pôr do sol apenas pelos comandos de um tablet. Essas são algumas das possibilidades do estúdio hiper realista criado pela Globo no Rio de Janeiro para a apresentação de dois de seus principais programas relacionados às Olimpíadas de Paris.
O investimento feito pela emissora não é pontual e visa o longo prazo. O objetivo é usar todas as tecnologias relacionadas para gravação de séries e novelas em um futuro próximo. Na prática, a área de tecnologia da Globo evoluiu os conceitos de nuvem, realidade aumentada e inteligência artificial de suas últimas coberturas esportivas, o que inclui principalmente Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.
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Duas tecnologias se destacam nessa versão do projeto: o Unreal, plataforma por trás do jogo Fortnite que permite a inserção de elementos virtuais no cenário de forma dinâmica. A tela ao fundo já é utilizada com muita frequência por estúdios de Hollywood, principalmente na gravação de cenas que abrem mão da tela verde ao fundo chamada chroma key e que traz mais realidade para as gravações.
“Tudo começou na pandemia, quando nos vimos diante de vários desafios de deslocamento da nossa equipe para estar nas Olimpíadas de Tóquio, criamos um estúdio de vidro e fomos evoluindo uma série de experimentos virtuais e interativas que passaram por outros grandes eventos esportivos que foram cobertos pela Globo, como a Copa do Qatar, por exemplo”, explicou, no evento de apresentação da tecnologia, no Rio, Renato Ribeiro, Diretor de Esporte da Globo.
Fernando Alonso, Diretor de Plataformas de Pós-Produção da Globo, lidera uma equipe de 1,1 mil pessoas e de áreas que integram design, tecnologia e serão cruciais no desenvolvimento de narrativas durante os jogos. “Temos uma estrutura que permitirá, de forma muito rápida, recriar e contar o que está acontecendo em Paris por meio de muita tecnologia”, destaca Alonso.
Para a Forbes Brasil, o executivo detalha que o estudo se baseia em tecnologias que evoluíram muito ao longo do tempo e que permitem, atualmente, muita interatividade. “Além de Hollywood, temos muitas tecnologias que são aplicadas na Sphere, em Las Vegas e na parte gráfica e interativa aplicada em games tão relevantes quanto Fortnite. Tudo isso para permitir que a gente possa recriar de forma simultânea tudo aquilo que a imaginação permitir e as histórias das Olimpíadas demandarem”, explica.
De acordo com o executivo, o processo recente da Globo em migrar seus servidores para a nuvem também contribui para que as tecnologias aplicadas ao estúdio possam ser usadas em seu potencial. “Redução de latência e velocidade de processamento são elementos essenciais para que a experiência seja a melhor possível para quem está em casa”, destaca Alonso.
Inspiração nos games
A Globo vem evoluindo a forma como aplica a tecnologia inspirada em games como o Unreal. Em 2021, a empresa a utilizou para uma interação ao vivo entre a Lu, do Magalu, e a cantora Anitta. Na ocasião, a interação contou com várias tecnologias de realidade mista, 3D e técnicas imersivas inspiradas no mundo dos games e do cinema. O projeto desenvolvido pelo Centro de Design da Globo, área fruto da integração de canais da empresa, com mais de 300 profissionais, levou três meses para aprimorar o processo que contou com releitura visual da Lu e uma coreógrafa que teve seus movimentos espelhados em tempo real e ao vivo.
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