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O “divórcio emocional” é um dos principais indicadores de que uma relação está perto do fim. Esse “divórcio” ocorre quando os parceiros ficam cada vez menos conectados um com o outro, o que provoca falta de intimidade, de comunicação e de apoio mútuo.
Esses casais podem até viver juntos, mas levam vidas separadas, com poucas atividades, metas e interesses em comum.
Ao longo de um “divórcio emocional”, pesquisas mostram que os casais podem experimentar medo, alívio, tristeza, raiva, esperança ou até mesmo crescimento pessoal em vários níveis, dependendo de quem inicia a separação.
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Um estudo de 2023 descobriu que esse tipo de separação também pode estar associado à depressão e a uma dificuldade de identificar e de se conectar com as próprias emoções, conhecida como alexitimia. Esses impactos negativos na saúde mental dos indivíduos e do casal destacam a importância de reconhecer os sinais precocemente e buscar soluções antes que eles se agravem.
Aqui estão os três principais sinais de um divórcio emocional:
1. Falta de comunicação
Um estudo sobre divórcios na idade madura publicado em março revelou que os divórcios emocionais geralmente ocorrem muito antes da separação formal ou legal. Com base nas experiências de entrevistados que se afastaram enquanto ainda eram casados, a falta de comunicação é um dos sinais mais evidentes de um divórcio emocional.
Os parceiros podem parar de compartilhar seus pensamentos, sentimentos, aspirações e experiências diárias um com o outro. As conversas tornam-se superficiais e frias, limitadas a tópicos necessários, como tarefas domésticas, bem-estar dos filhos ou finanças.
O carinho e a afeição que antes caracterizavam suas interações são substituídos por distanciamento e indiferença. Sinais não verbais, como contato visual, toque e linguagem corporal também podem diminuir bastante.
“Em algum momento a relação esfriou e uma distância começou a se formar. Já não conversávamos. Eu me concentrava nos meus prazeres, ela no trabalho dela, e nosso relacionamento era apenas sobre os nossos filhos. O divórcio foi a última etapa de um processo que começou anos antes”, diz Dan, 69, participante do estudo. Ele diz que o divórcio emocional começou muito antes do processo formal.
A falta de comunicação cria um abismo emocional entre os parceiros, fazendo com que eles funcionem mais como colegas de quarto do que como casal. Isso traz ansiedade e solidão, mesmo quando estão fisicamente juntos.
2. Perda de intimidade
Em casamentos desgastados, o afeto físico e a atividade sexual podem diminuir significativamente ou cessar completamente. Casais emocionalmente divorciados também tendem a experimentar níveis muito baixos de intimidade, muitas vezes devido à desconexão emocional, incompatibilidade, falta de atração ou conflitos não resolvidos.
Um estudo de 2021 descobriu que temos mais intimidade quando percebemos nossos parceiros como carinhosos e atentos às nossas necessidades, o que pode aumentar a satisfação no relacionamento. No entanto, os divórcios emocionais podem envolver a perda de uma conexão profunda, proximidade, confiança, compreensão mútua e disponibilidade emocional.
Após enfrentar vários problemas não resolvidos no relacionamento, os cônjuges podem se tornar indiferentes às necessidades, sentimentos e bem-estar um do outro, interrompendo o esforço para manter a relação. Isso pode agravar os sentimentos de negligência e perpetuar ciclos negativos de indiferença emocional.
3. Níveis elevados de conflito
Os divórcios emocionais muitas vezes envolvem níveis elevados de conflito, onde os casais são incapazes de resolvê-los ou desistem após várias tentativas fracassadas. Com o tempo, as brigas não resolvidas fomentam o ressentimento e a hostilidade. Os parceiros podem começar a evitar um ao outro para fugir de mais atritos, criando uma distância emocional ainda maior.
“Tínhamos discussões intermináveis sobre quem estava certo, sobre o que havia sido dito e em que tom e sobre o que o outro queria dizer com aquilo”, diz Ruth, outra entrevistada. “Foi tão exaustivo que, nos últimos oito ou nove anos do casamento, tentei falar o mínimo possível, ficar em um quarto separado e cuidar da minha vida.”
Segundo a teoria dos “quatro cavaleiros” do divórcio, de Gottman, há quatro comportamentos destrutivos em um conflito que podem sinalizar o fim de um casamento. Estes incluem: crítica ou ataque ao caráter do parceiro; desprezo (que envolve falta de respeito e sarcasmo); ficar na defensiva ou se recusar a assumir a responsabilidade pelo próprio comportamento; e obstrução, que é a recusa na comunicação.
Sem comunicação aberta, mal-entendidos e suposições tornam-se mais frequentes. Os parceiros podem começar a duvidar das intenções um do outro, levando a suspeitas e a insegurança. Com o tempo, o desgaste emocional dos conflitos constantes e das necessidades não atendidas pode levar ao esgotamento, deixando pouco espaço para interações positivas.
Um estudo de 2018 descobriu que, quando ambos os cônjuges levam seus problemas a sério, isso reduz o risco de separação. No entanto, em divórcios emocionais, eles podem se sentir demasiado desgastados para fazê-lo, tornando a reconciliação cada vez mais difícil.
Além disso, pesquisas mostram que há casais que permanecem juntos e presos em um longo período de divórcio emocional porque seus relacionamentos têm elementos positivos e negativos, tornando difícil tanto encerrá-los quanto lutar para recuperá-los.
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Um divórcio emocional não é uma sentença de morte para seu casamento, mas uma oportunidade de refletir sobre o que você, seu parceiro e seus filhos, se houver, podem fazer para mudar.
Ninguém ganha se um lado estiver infeliz no casamento. Embora os divórcios emocionais possam ser desafiadores e dolorosos, abordar a insatisfação é o primeiro passo para se preparar para seguir em frente ou para curar e reconstruir um vínculo mais forte e duradouro com seu parceiro.
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