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As big techs sentem o impacto do Trump trade nesta quarta-feira (17). Em bom português, as ações do setor de tecnologia em todo o mundo começam a embutir no preço o que implica o retorno de Donald Trump à Casa Branca a partir de 2025.
“O foco dos mercados está no Trump trade — e a mensagem é um grande incentivo para trazer os negócios de volta à América”, afirma Michael Every, estrategista global do Rabobank.
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Os investidores ainda têm viva na memória a escalada da tensão geopolítica entre Estados Unidos e China durante o primeiro mandato do republicano. Ao final da década passada, foi quando teve início a tech war transvestida de trade war, em meio à sobretaxa de produtos chineses importados para a América e às restrições comerciais à tecnologia de ponta para Pequim.
Os EUA podem impor controles sobre produtos fabricados no exterior que utilizem até mesmo a menor quantidade de tecnologia americana.
No pregão em Nova York, as ações da fabricante de chips Nvidia caíam mais de 4%, mais cedo; a da fornecedora holandesa de equipamentos de fabricação de chips ASML recuavam quase 10%; enquanto a da taiwanesa TSMC cediam 6%. A queda em bloco reflete o temor de que os EUA adotem restrições mais rígidas ao fornecimento de tecnologia avançada para a China.
Outros grandes nomes do setor, como Qualcomm, AMD e Arm tinham queda de pelo menos de 5%, cada. O movimento também contaminava as Sete Magníficas. Apple, Microsoft, Meta e Tesla tinham perdas entre 1,2% e 2,7%. Já o índice Nasdaq caía 2,5%, após cerca de duas horas de sessão, sendo negociado no nível mais baixo em duas semanas.
Trade war = tech war
De um modo geral, as ações de tecnologia e de chips são pressionadas pela perspectiva de restrições comerciais mais rígidas dos Estados Unidos a empresas que dão à China acesso a tecnologia avançada de semicondutores.
“O recente aumento nas chances do ex-presidente Trump vencer a eleição presidencial dos EUA em novembro se traduz em uma posição mais dura contra alguns dos maiores nomes da Tecnologia da Informação (TI)”, afirma Mathieu Racheter, estrategista-chefe de ações do Julius Baer.
Apesar da disputa entre EUA e China ter sido iniciada por Trump, o atual presidente, Joe Biden, mantém elevada a tensão entre os dois países. O governo Biden informou a aliados que está considerando adotar medidas mais severas, caso empresas como a ASML continuem a fornecer tecnologia avançada de semicondutores à China.
Já o candidato republicano à Casa Branca mostrou-se indiferente à questão de defesa de Taiwan, dizendo que a ilha deveria pagar pela proteção militar de Washington.
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Para a Ativa Research, os mercados internacionais têm um dia de risk-off. “Preocupações de uma maior restrição dos EUA ao comércio e à tecnologia de semicondutores chineses se intensificaram no dia de hoje, causando uma aversão ao risco e a realização de lucros das empresas de tecnologia”, diz.
(Com Reuters)
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