Ibovespa marca 10 altas seguidas, sem saber o que é cair em julho

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O Ibovespa alcançou nesta sexta-feira (12) a marca de dez altas seguidas. Com isso, o principal índice de ações da bolsa brasileira segue sem saber o que é cair neste mês de julho – ao menos até aqui.

Ao final da sessão regular, o Ibovespa fechou aos 128.897 pontos, em alta de 0,47%, tendo oscilado entre os 129.015, na máxima do dia (+0,56%), e os 128.002 pontos, na mínima (-0,23%). O volume financeiro negociado foi de R$ 15,2 bilhões, segundo dados preliminares.

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Com o desempenho desta sexta, o Ibovespa registrou a maior sequência positiva desde o período entre o fim de 2017 e o início de 2018, quando avançou por 11 sessões consecutivas. Segundo Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, o movimento raro e só foi visto cinco vezes neste século. Em todos eles, houve uma reversão de gatilhos negativos e um otimismo renovado no mercado doméstico.

Conforme a Elos Ayta, o melhor desempenho foi no rali encerrado em 20 de agosto de 2003, quando o Ibovespa valorizou 12,25% em dez pregões. O segundo maior foi fechado em 19 de julho de 2016, com valorização de 9,37%. A terceira melhor marca foi até 5 de janeiro de 2018, com +8,79%, e a quarta em 30 de julho de 2010, com rentabilidade acumulada de 8,30%.

Já no período atual mais recente, desde o início de julho, a valorização do Ibovespa é de 4,03%, o que também equivale ao resultado deste sétimo mês de 2024. Na semana, o ganho foi de 2,08%.

Para André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a continuidade da alta do Ibovespa se dá em meio ao apetite dos investidores, tanto local quanto estrangeiros, pelas ações brasileiras, uma vez que os ativos ainda estão “bastante depreciados”.

Além disso, o ambiente externo, em meio ao otimismo com o início dos cortes nos juros dos Estados Unidos em setembro, também favorece essa reação positiva das ações aqui. “Nem um PPI mais forte que o esperado foi suficiente para derrubar as bolsas”, acrescenta Fernandes.

Ele se refere ao avanço de 0,2% do índice de preços ao produtor norte-americano (PPI) em junho ante maio, quando ficou estável. A previsão de economistas consultados pela Reuters era de alta menor, de 0,1%. Em base anual, a alta foi de 2,6%, ante previsão de +2,3%. 

Para o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, o PPI acima do esperado pelo mercado traz certa preocupação em relação à evolução e transmissão dos preços ao consumidor, os quais vêm apresentando uma trajetória benigna. No entanto, o mercado continuou dando maior peso ao dado de inflação americana divulgado na véspera (CPI).

Ações em destaque

Entre as ações, Alexsandro Nishimura, economista da Nomos, destaca os papéis da Cyrela (CYRE3), que caíram 3,73%, diante da divulgação dos números prévios do segundo trimestre, com queda dos lançamentos e vendas da construtora.

Também entre as maiores quedas, estava Isa-CTEEP (TRPL4),com uma queda de 4,72%, refletindo negativamente a notícia de que a Eletrobras (ELET3) vai vender sua participação na empresa, além da Vamos Logística (VAMO3), com o declínio de 2,77%, em meio a uma correção técnica depois de subir mais de 20% no mês.

Já na liderança entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram as ações da B3 (B3SA3), com alta de 3,89%. Para Nishimura, os papéis da operadora da bolsa intensificaram o movimento de recuperação recente, refletindo a boa recepção à prévia operacional de junho.

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Além disso, há uma expectativa do mercado de um aumento no volume de negociação da B3, por causa do apetite dos investidores em relação à bolsa brasileira. 

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