Neste ano, ela celebra 40 anos de carreira. Nascida e criada em um cortiço do Brás, no centro de São Paulo, a chef Janaína Torres Rueda, iniciou a sua trajetória aos 9 anos, como vendedora ambulante de coxinhas, sanduíches, iogurte natural e o que mais precisasse para ajudar a família. Hoje, aos 49 anos, celebra o sucesso de seis empreendimentos na área de alimentação e revela que o próximo será aberto em breve, também na região central paulistana: será uma soma de todas as suas experiências, ou melhor, de todos os fogões que conheceu até aqui.
“A comida de cortiço é a de imigração: italiana, africana e espanhola. Após 20 anos empreendendo, na metade da minha trajetória, iniciei estudos e me aprofundei sobre comida ancestral, me conectando com a herança indígena. Esses fogões estão presentes na minha rotina”, diz a cozinheira de alta gastronomia, neta de espanhola, conhecida como Dona Onça.
Janaína entrega, todos os meses, mais de 35 mil refeições, 25 mil hot porks (não é hot dog!) e 22 mil sorvetes. Ela está à frente do Bar da Dona Onça, o seu primeiro negócio, inaugurado em 2008 no Edifício Copan, que foi o precursor do movimento de retomada da região. Está presente fortemente em outros estabelecimentos: A Casa do Porco, a lanchonete Hot Pork, a Sorveteria do Centro, o restaurante Merenda da Cidade e o frigorífico artesanal Porco Real. É cofundadora do Sítio Torres Rueda, onde cultiva alimentos orgânicos.
Leia também:
Daniela e Juliana Binatti: como essas irmãs construíram um unicórnio de tecnologia
Lista Forbes Mulheres de Sucesso 2024: conheça as 16 escolhidas
Pelo seu trabalho, e também pelo cardápio inspirado na cozinha popular brasileira, ela conquistou os títulos de melhor restaurante e melhor chef mulher da América Latina pelo American Express Icon Award (2020) e Latin America’s Best Female Chef (2023). Segundo o Latin America’s 50 Best Restaurants, que concedeu as premiações, o resultado é reflexo do compromisso de Janaína com a comunidade que a cerca, considerando desde a sua participação voluntária no projeto de melhoria na qualidade da merenda escolar em São Paulo, passando por seus esforços contínuos em promover inclusão por meio da gastronomia, até o seu envolvimento na campanha por socorro à indústria da hospitalidade durante a pandemia de Covid-19.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Siga Forbes Mulher no Instagram
Desde junho de 2021, Janaína é presidente do Instituto Brasil a Gosto, fundado em 2006 pela empresária Ana Luiza Trajano. No ano passado, estreou na televisão como jurada do programa Top Chef, na TV Record. É uma defensora do que batizou de “entretenimento gastronômico”. “A tecnologia, especialmente a inteligência artificial, pode substituir pessoas. A gastronomia, porém, cria emoções. Quem não conhece a América Latina, por exemplo, pode sentir essa experiência por meio do prato. Quero me rodear de pessoas que olham para o futuro da gastronomia.”
Veja quem são as Mulheres de Sucesso de 2024:
*Reportagem publicada na edição 116 da revista Forbes, em fevereiro de 2024.
O post Como Janaína Rueda se tornou a melhor chef mulher do mundo apareceu primeiro em Forbes Brasil.