Canadá monitora leite em busca de H5N1 por causa dos surtos nos rebanhos dos EUA

  • Post author:
  • Reading time:4 mins read
Gettyimages

Vacas leiteiras só entram no Canadá com testes que detectam H5N1

Laboratórios no Canadá começaram a testar amostras de leite para a cepa da gripe aviária H5N1, que tem se espalhado pelas vacas leiteiras dos EUA, em meio a temores de que a infecção possa se espalhar também para os rebanhos canadenses.

De acordo com estatísticas recentes, existem cerca de 1,3 milhão de bovinos leiteiros no Canadá, espalhados por 9.443 fazendas, com uma agroindústria estimada em US$ 15,58 bilhões em 2024 (R$ 85,7 bilhões na cotação).

Até agora, não houve indicações de infecções em vacas leiteiras, mas a Agência Canadense de Inspeção Alimentar está testando o leite. Além disso, um grupo de cientistas que estão espalhados por todo o país também realizam testes de rotina em amostras de leite no varejo.

“Esperamos que, ao testar regularmente o leite canadense em todo o país, ao longo do tempo, possamos identificar quaisquer surtos o mais rápido possível, caso eles aconteçam aqui”, disse Hannah Wallace, doutora e pesquisadora de pós-doutorado no departamento. de Microbiologia Médica e Doenças Infecciosas da Universidade de Manitoba, em Winnipeg.

Na última atualização, em 14 de junho, os cientistas avaliaram 72 amostras de leite no varejo de todas as províncias canadenses, de costa a costa. Todos retornaram resultados negativos para H5N1.

Leia também:

Há risco de propagação da gripe aviária para vacas fora dos EUA, diz OMS
Uma em cada cinco amostras de leite dos EUA tem vírus da gripe aviária
Vírus mais agressivo de gripe aviária nos EUA dificulta combate à doença

Os testes complementam as avaliações coordenadas pelo governo canadense entre a Agência de Saúde Pública do país, a Health Canada e a Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (CFIA), que estão testando vacas e amostras de leite para o H5N1. Qualquer gado leiteiro importado dos EUA para o Canadá também deve ser testado e confirmado como negativo para o vírus, antes de ingressar no país.

“A CFIA tem a capacidade de testar um grande número de amostras em um lote, enquanto pretendemos testar menos amostras, mas de forma contínua. É imperativo que os parceiros acadêmicos e governamentais trabalhem juntos em surtos de doenças infecciosas. E se quisermos detectar quaisquer amostras positivas no futuro, nossa primeira ligação será para a CFIA”, disse Wallace.

O vírus, também detectado em gatos, ratos e em um pequeno número de pessoas, foi agora detectado em rebanhos de vacas leiteiras em uma dúzia de estados nos EUA, como mostra o monitoramento do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) nesta quinta-feira (27). E o surto não mostra sinais de desaceleração. Mas será inevitável que o vírus também se espalhe para os rebanhos canadenses?

Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

Siga a ForbesAgro no Instagram

“Com testes e protocolos de contenção adequados, acredito que seja evitável, mas é uma possibilidade”, disse o doutor Jordan Wight, que também está realizando os testes na Universidade de Manitoba. “É por isso que os testes e o monitoramento são tão importante que, se isso acontecer, possamos detectá-lo antecipadamente e responder adequadamente.”

Atualmente não se sabe se os rebanhos leiteiros infectados nos EUA estão infectando diretamente outros animais, ou se todos os rebanhos leiteiros estão sendo infectados por contato próximo com aves selvagens infectadas.
“Como o H5N1 é transmitido principalmente por aves selvagens (que obviamente não seguem fronteiras criadas pelo homem), o risco de uma ave transmitir o vírus ao gado no Canadá é uma possibilidade sempre presente”, disse Wallace.

*Victoria Forster é colaboradora da Forbes EUA, cientista e pesquisadora de pós-doutorado. Também escreve para The Times, The Guardian, além de ser TED Fellow em 2017.

O post Canadá monitora leite em busca de H5N1 por causa dos surtos nos rebanhos dos EUA apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Deixe um comentário