O boom nos aluguéis de apartamentos de curto prazo em Barcelona causou um aumento significativo no custo de vida da capital catalã. Muitos residentes não conseguem mais pagar por um apartamento depois que os aluguéis aumentaram quase 70% nos últimos dezanos, enquanto o custo de compra de uma casa aumentou quase 40%.
Durante uma reunião do Conselho Municipal em 21 de junho, Jaume Collboni, o prefeito de Barcelona, disse que o acesso à moradia se tornou um fator de desigualdade, especialmente para os jovens. Isso levou o governo local a tomar medidas drásticas para garantir o acesso à moradia na cidade para os moradores.
“Não podemos permitir que a maioria dos jovens que desejam sair de casa também tenham que deixar Barcelona”, disse Collboni, segundo o El País.
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Espanha é recordista em visitantes
De acordo com um relatório publicado pela Statista, em junho de 2024, o número de visitantes do país fica atrás apenas do da França, tendo recebido mais de 85 milhões de turistas internacionais em 2023. O número é superior ao recorde pré-pandêmico de 83 milhões, em 2019. Enquanto isso, a capital catalã, Barcelona, foi a região da Espanha que mais recebeu turistas estrangeiros em 2023.
Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais complicado obter permissão para alugar apartamentos de curto prazo em Barcelona. Desde 2012, é necessária uma licença turística chamada de “Vivienda de Uso Turístico” (casa para uso turístico) para períodos inferiores a 31 dias. No ano passado, as regras foram endurecidas: as licenças foram limitadas a um máximo de dez desse tipo de moradia por cem habitantes. Além disso, a cidade acabou com as licenças permanentes, obrigando sua renovação a cada cinco anos.
A guerra contra os apartamentos fora da lei
O governo local também tem redobrado os esforços para identificar e fechar aluguéis turísticos ilegais. Essas medidas resultaram no fechamento de 9.700 aluguéis desde 2016, enquanto quase 3.500 apartamentos foram convertidos de volta em moradias para os residentes locais.
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Agora, essa é a medida mais drástica até o momento. O principal jornal diário de Barcelona, La Vanguardia, prevê que ela resultará em uma “guerra judicial sangrenta”. Se o prefeito Collboni conseguir o que quer, o Conselho Municipal eliminará os atualmente 10.101 apartamentos turísticos licenciados na cidade até, no máximo, novembro de 2028. Sua medida, que deixou o setor de turismo atônito, deve ser contestada por vários atores – principalmente a associação de empregadores dos apartamentos turísticos de Barcelona – , e provavelmente resultará em uma longa batalha legal.
Enquanto isso, a plataforma de aluguel de férias Airbnb, que hospeda um número considerável de anúncios em Barcelona, ainda não fez uma declaração oficial.
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