A seguradora chilena unicórnio que se tornou uma multinacional

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Cristóbal della Maggiora, cofundador e presidente da Betterfly

No Chile, existem apenas três startups que são consideradas “unicórnios”, ou seja, têm um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Uma delas é a Betterfly, plataforma B2B2C de seguros que incentiva bons hábitos de seus usuários em troca de mais benefícios e crédito para doações. E ela está indo muito além disso. Hoje, a empresa já está em 10 países e tem mais de 1 milhão de usuários ativos.

A startup, fundada em 2018 pelos irmãos Cristóbal e Eduardo della Maggiora, inicialmente se chamava Burn To Give e tinha como intuito converter as calorias queimadas por seus usuários durante exercícios em moedas destinadas a doações. Porém, com a chegada da pandemia, o modelo ficou inviável. “Foi nesse momento que percebemos a necessidade de mudar o nosso negócio, transformando-o em uma plataforma completa, que agrega as doações, mas também traz benefícios para esses usuários por meio de seguros dinâmicos”, afirma Cristóbal, cofundador e presidente da Betterfly.

Com as pessoas cada vez mais preocupadas com seus seguros de vida e saúde, a Betterfly decidiu intermediar as relações entre seguradoras e empresas, mas visando as necessidades dos consumidores finais, os colaboradores das companhias. “Na nossa cabeça, não fazia sentido uma empresa contratar um seguro padronizado para seus colaboradores, sem levar em consideração suas particularidades como questões de saúde e gostos”, diz o executivo.

Segundo ele, cerca de 20% dos benefícios oferecidos pelas companhias são desperdiçados por falta de personalização, fazendo com que os RHs gastem milhões sem necessidade. Sabendo desses dados, eles decidiram mudar essa dinâmica.

Desta forma, as empresas contratam o seguro padrão na Betterfly, mas deixam a sua personalização para os funcionários. Porém, ara acessar cada vez mais benefícios, os colaboradores precisam estar engajados com a iniciativa, atualizando a plataforma gamificada para registrar seus exercícios, doar suas moedas e receber esses “upgrades” em troca.

Com esse modelo, a Betterfly quer se transformar na Netflix de benefícios, ou seja, uma plataforma que agrega todos os serviços que o colaborador pode querer. “Não queremos competir com as seguradoras nem com as plataformas de benefícios. Queremos agregar tudo em um só lugar e incentivar o uso desses serviços, criando maior afinidade dos funcionários com as empresas”, explica Cristóbal.

A empresa chegou ao Brasil em 2022 e o país, que recebeu investimentos de US$ 30 milhões, já é sua segunda maior operação. São 300 empresas cadastradas. O investimento foi revertido em US$ 50 milhões destinados para “ações positivas”, que envolvem hábitos saudáveis como caminhar, meditar, doar para causas sociais e aumentar a cobertura dos seguros. Com isso, hoje a empresa tem cerca de US$ 5 bilhões em capital segurado. A parceria nos seguros é feita com a Icatu, e a vertente de benefícios inclui parceiros com a Wellhub, antiga Gympass.

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Agora, o foco da Betterfly está em se tornar efetivamente global. Depois da expansão na América do Sul, ela está lançando sua primeira operação completamente digital na Costa Rica. “Estamos no momento perfeito para oferecer uma solução hiper personalizada graças à chegada da IA”, diz Cristóbal. “Ela nos permite oferecer experiências com base nos interesses e necessidades de cada afiliado. Os colaboradores interagem com a plataforma e acessam serviços, conteúdos e recomendações conforme suas necessidades, aumentando o engajamento.”

Os próximos mercados a ser explorados serão os dos Estados Unidos e da Europa. “Com esse modelo SaaS, em que o software da Betterfly é nosso principal negócio, é muito mais fácil crescer de forma exponencial para outros países e é nessa estratégia que estamos apostando para os próximos anos”, diz Ana Paula Mattar, Head de Marketing no Brasil da Betterfly. Para chegar nesse modelo, a companhia investiu mais de US$ 50 milhões.

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