Fósseis de réptil voador “fantasma do mar” são encontrados na Austrália

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Reconstrução da vida do recém-identificado pterossauro do Período Cretáceo Haliskia peterseni, que viveu na Austrália há cerca de 100 milhões de anos

Reconstrução da vida do recém-identificado pterossauro do Período Cretáceo Haliskia peterseni, que viveu na Austrália há cerca de 100 milhões de anos.
Imagem: Universidade Curtin/Gabriel Ugueto/Divulgação via Reuters

Há muito tempo, nos céus sobre o raso Mar de Eromanga, que em algum momento cobria o que hoje corresponde ao árido interior da Austrália, planava um formidável pterossauro — um réptil voador — ostentando uma crista óssea na ponta de suas mandíbulas superior e inferior e uma boca cheia de dentes em forma de espinhos, ideais para capturar peixes e outras presas marinhas.

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Cientistas anunciaram a descoberta, no Estado australiano de Queensland, de fósseis da tal criatura, que viveu com os dinossauros e vários répteis marinhos durante o período Cretáceo. Chamada de Haliskia peterseni, seus restos mortais são os mais completos do que o de qualquer pterossauro já descoberto na Austrália.

Com uma envergadura de 4,6 metros, ele viveu há cerca de 100 milhões de anos, tornando Haliskia um pouco maior e mais antigo — em cerca de 5 milhões de anos — do que o pterossauro Ferrodraco, cuja descoberta foi anunciada em 2019.

Haliskia significa “fantasma do mar”, e essa criatura pode ter sido uma visão assustadora, voando acima das ondas.

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“O Mar de Eromanga era um grande mar interno que cobria grande parte da Austrália quando esse pterossauro estava vivo, mas ambos desapareceram. O fantasma de ambos é evidente pelos fósseis que encontramos na área”, afirmou Adele Pentland, estudante de doutorado em paleontologia na Universidade Curtin, na Austrália, e principal autora do estudo publicado nesta semana pelo jornal Scientific Reports.

Os esqueletos frágeis dos pterossauros não resistem bem à fossilização. No caso do Haliskia, 22% do esqueleto foi desenterrado, com mandíbulas inferiores completas, a ponta da mandíbula superior, ossos da garganta, 43 dentes, vértebras, costelas, ossos de ambas as asas e parte de uma perna.

Pentland disse ter ficado “espantada” com o fato de o espécime de Haliskia ter preservado os ossos da garganta.

“Eles são tão finos quanto um pedaço de espaguete, e um deles está completo de ponta a ponta”, disse.

Os restos de Haliskia estão mais completos do que os de Ferrodraco. Ambos são membros de um grupo de pterossauros chamados Anhanguera, conhecidos por descobertas na China, nos Estados Unidos, no Brasil, na Espanha e em Marrocos.

Após morrer, o corpo do Haliskia acabou enterrado sob o sedimento, no fundo do Mar de Eromanga, permitindo a sua fossilização.

Os pterossauros foram os primeiros de três grupos de vertebrados que conseguiram atingir capacidade de voo, tendo surgido há cerca de 230 milhões de anos. Os pássaros surgiram há cerca de 150 milhões de anos, e os morcegos há cerca de 50 milhões de anos.

Os pterossauros foram exterminados no mesmo evento de extinção em massa que condenou os dinossauros, há 66 milhões de anos: o impacto de um asteroide.

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