Brasil cai e ocupa 70º lugar em ranking de igualdade de gênero

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Com os lentos – ainda que constantes – avanços em relação à igualdade de gênero, levará 134 anos, aproximadamente cinco gerações, para alcançar a paridade total. Segundo o Índice Global de Disparidade de Gênero 2024, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira (12), o avanço mundial em relação ao tema foi de 0,1 ponto percentual desde o ano passado.

A Islândia lidera o ranking há uma década e meia, e continua sendo a única economia a ter eliminado mais de 90% da disparidade de gênero. Entre os 9 outros países no top 10, 8 fecharam mais de 80% do gap.

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Getty Images

Falta de representação feminina na liderança política barra a igualdade de gênero

O Brasil caiu para a 70ª posição no índice de 2024, fechando 71,6% da lacuna de gênero. Isso representa uma redução de 1 ponto percentual (de 72,6% em 2023) e uma queda de 13 posições em relação ao ranking do ano passado.

O Índice Global de Disparidade de Gênero acompanha anualmente desde 2006 o estado atual e a evolução da paridade de gênero em quatro dimensões principais: participação econômica e política, nível educacional e saúde.

Igualdade de gênero no Brasil

No Brasil, a igualdade econômica teve uma leve redução em relação a 2023, ficando em 66,7% contra 67,0%. No entanto, o país manteve a paridade em relação ao mercado de trabalho e alcançou sua maior pontuação em cargos de liderança sênior (66,1%).

A participação feminina na força de trabalho aumentou 0,7 ponto percentual em relação a 2023, chegando a 72,6%. Apesar disso, ainda está 4,5 pontos abaixo do melhor resultado do país (77,2% em 2021).

Em nível educacional, o Brasil alcançou a paridade efetiva em 99,6%. Não houve alteração no subíndice de saúde e sobrevivência, que se mantém com uma pontuação de 98%.

Já em relação à política, o país acompanha a média global, com uma pontuação de 22%, abaixo dos 26,3% registrados em 2023. Essa queda se deve principalmente à menor representação feminina no nível ministerial.

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Participação política

Segundo o relatório, é justamente a participação das mulheres na política que tem o maior impacto no índice, pois se trata da maior lacuna. A representação feminina aumentou globalmente, embora as mulheres continuem sem acesso a cargos de alto nível globalmente. A paridade atingiu 65,7%, acima da mínima pandêmica de 62,3% relatada na edição de 2022.

Em 2024, a maior população global da história deve votar em mais de 60 eleições pelo mundo todo. De acordo com o relatório, isso pode elevar a representação política das mulheres e representar um avanço em relação à plena igualdade de gênero.

Embora nenhum país tenha alcançado a paridade total de gênero, 97% das 146 economias incluídas nesta edição fecharam mais de 60% do gap, em comparação com 85% em 2006.

Veja os 10 países que lideram o ranking de igualdade de gênero

Islândia (93,5%)
Finlândia (87,5%)
Noruega (87,5%)
Nova Zelândia (83,5%)
Suécia (81,6%)
Nicarágua (81,1%)
Alemanha (81,0%)
Namíbia (80,5%)
Irlanda (80,2%)
Espanha (79,7%)

Paridade pelo mundo

Economias europeias ocupam sete posições entre as 10 melhores do mundo. Além da Islândia, Finlândia (2º, 87,5%), Noruega (3º, 87,5%), Suécia (5º, 81,6%), Alemanha (7º, 81%), Irlanda (9º, 80,2%) e Espanha (10º, 79,7%) ocupam o topo.

Lituânia (11º, 79,3%) e Bélgica (12º, 79,3%) saíram do top 10, enquanto a Espanha e a Irlanda subiram 8 e 2 posições, respectivamente, para se juntarem às 10 primeiras em 2024.

A América Latina e o Caribe fizeram avanços significativos desde 2006, com uma melhoria geral de 8,3 pontos, a maior entre qualquer região. Alcançou uma pontuação geral de paridade de gênero de 74,2%, bem como a de paridade econômica mais alta até o momento (65,7%), impulsionada pela participação da força de trabalho e funções profissionais, e a segunda maior pontuação regional de empoderamento político (34%).

O índice mede escores em uma escala de 0 a 100, que podem ser interpretados como a distância percorrida em direção à paridade (ou seja, a porcentagem da lacuna de gênero que foi fechada).

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