5 tendências que estão mudando a cara do agro

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Apesar de ser vital para a economia, o agro ainda não é reconhecido de forma inequívoca por suas práticas sustentáveis . Mas, ao longo das últimas décadas, isso vem se transformando gradualmente, com medidas que vão desde a descontinuação no uso de pesticidas em larguíssima escala até a rotação de culturas para deixar talhões em repouso entre uma safra e outra, conservando o solo. Em vários países, as culturas agrícolas também passam por mudanças com a adoção de plantas nativas pelos produtores para uma parte dos cultivos possíveis.

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Embora essas mudanças sejam muito positivas, o agronegócio tem um longo caminho pela frente se quiser atingir suas metas ambientais e sustentáveis.

Wenderson Araujo/Trilux/CNA

O plantio direto é uma das técnicas que vem sendo utilizadas como prática sustentável

Confira cinco tendências do agro que já estão em andamento ou que provavelmente ditarão os rumos do campo de forma surpreendente e inovadora.

1. Práticas Sustentáveis

As universidades de engenharia agronômica estão adaptando os currículos, com impactos significativos nas futuras gerações de agricultores e pecuaristas. Uma nova ênfase em agricultura regenerativa, preservação ambiental e biodiversidade está sendo reforçada. Muitos programas universitários, atualmente, visam educar os produtores e promover práticas ecológicas, enquanto a agricultura se torna mais acessível e sustentável.

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O mercado de sementes e mudas também pode ajudar prontamente, por exemplo, aderindo a produtos como fertilizantes organominerais. As sementes e plantas também estão mudando. Em vez de oferecer variedades não-nativas, há uma busca pelas nativas, por exemplo na formação de agroflorestas. O cultivo de plantas nativas é mais adaptado ao meio ambiente, por exemplo, ajudando a evitar erosões e deixar recursos no solo para outras espécies prosperarem.

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2. Tecnologia

As operações agrícolas em grande escala devem continuar a adotar novas tecnologias. Com a IA (inteligência artificial) e a IoT (Internet das Coisas), os produtores estão encontrando novas formas de otimizar o processo produtivo sem impactar o meio-ambiente ou reduzindo drasticamente.

Os drones, por exemplo, podem monitorar as culturas durante a fase de cultivo, enviando informações aos agricultores. Alguns deles estão até substituindo planos convencionais de pulverização. Com drones, os produtores também podem detectar melhor os problemas. De pragas a doenças, as imagens panorâmicas dão a chance de reagir antes de perderem toda ou parte da colheita.

Até a irrigação está se tornando mais sustentável graças à tecnologia. Os produtores melhoraram o controle sobre onde e quanta água é usada. Em zonas desérticas que dependem de barragens e lagos artificiais, aproveitar ao máximo cada gota de água é crucial para o negócio. A tecnologia fornece aos produtores dados em tempo real, o que inclui volumes totais de água e taxas de saturação do solo.

3. Agricultura vertical

A agricultura vertical ganhou manchetes nos últimos anos. O que era considerado estranho, agora está sendo abraçado pelo agronegócio e pode ser utilizado para maximizar pequenos espaços. Em vez de plantar em fileiras, os vasos são empilhados do chão ao teto, garantindo ao produtor maior controle sobre tudo, desde o ambiente até o tipo de planta que pretende produzir.

A prática não se limita a operações agrícolas em grande escala; algumas cidades também estão começando a adotar a agricultura vertical como uma solução para ajudar a acabar com os chamados desertos alimentares. Ela permite que as pessoas em suas comunidades cultivem produtos frescos, ao mesmo tempo que reduzem suas contas de supermercado, se alimentam melhor e reduzem os impactos ambientais.

A operação desses “agricultores amadores” pode ser tão grande ou pequena quanto o espaço e o orçamento permitirem. Alguns vasos fixados na lateral de uma pequena casa são um exemplo de agricultura vertical simples. Enquanto nas operações em grande escala normalmente automatizam tudo, usando tecnologias nas aplicações de água e fertilizantes orgânicos. Uma ótima maneira de incentivo é formar jovens agricultores sobre o que cresce melhor em fazendas verticais, com suprimentos agrícolas, sementes e plantas.

4. Reconstituição ou agrofloresta

O infame Dust Bowl (uma grande tempestade de areia que acometeu os EUA na década de 1930) foi um alerta para os produtores rurais locais. Lavouras que antes eram produtivas viraram terrenos baldios e desnutridos. Isso levou a mudanças que ainda estão em andamento nos EUA. Além de impedir que o solo fique degenerado após a fase de amadurecimento e mudar os tipos de culturas plantadas em cada época do ano, o rewilding (reflorestamento, ou conjunto de métodos de conservação) está se tornando uma tendência cada vez mais comum. (Lembrando que no Brasil, o plantio direto que hoje é exaltado nos EUA, aqui já é praticado em cerca de 60 milhões de hectares).

Reconstituição (ou rewilding, do inglês), mais precisamente agrofloresta no Brasil, é a prática de restaurar um campo ao seu estado natural. Em vez de plantar em linhas agrícolas, os produtores estão reintroduzindo a mata nativa na lavoura. O que antes era considerado como ervas daninhas indesejáveis agora está sendo usado para ajudar a restaurar nutrientes vitais do solo. A reflorestação também pode ajudar a prevenir a erosão e mitigar alguns efeitos das alterações climáticas, retirando carbono da atmosfera.

Embora o reflorestamento possa ser realizado naturalmente ao longo do tempo, o plantio pode acelerar o processo. É recomendável estocar sacos de sementes com plantas nativas da sua região para incentivar o retorno de espécies selvagens como pássaros, abelhas e borboletas.

5. Agricultura Regenerativa

Já faz tempo que se abandonou a prática de queimar restos de caules e outras partes das plantas. O negócio agrícola está adotando práticas mais sustentáveis ​​que devolvem nutrientes ao solo, enquanto práticas nocivas foram minimizadas ao uso somente quando necessário. O uso de forrageiras e a rotação de culturas estão sendo amplamente adotados, o que ajuda não somente a restaurar o ambiente, mas também promover a saúde das lavouras.

Vale reforçar que oferecer cursos para incentivar práticas sustentáveis, como a compostagem, pode ser uma forma de ajudar os produtores locais. Considere utilizar sementes para culturas de cobertura e incentivar a prática de rotação regular das lavouras em cada ciclo de cultivo.

Essas tendências, no melhor cenário, devem continuar a crescer ao longo dos próximos anos. Trabalhando juntos, os diferentes setores do agronegócio podem moldar a economia e garantir um futuro próspero à próxima geração de produtores rurais.

*Tammy Sons é colaboradora da Forbes EUA e membro da Forbes Councils, grupo que reúne líderes empresariais. Também é CEO da TN Nursery, no Tennesse, e especialista em horticultura

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