Dior na Escócia: 4 maneiras de falar da força feminina

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Sam Copeland

Dior Cruise 25 Groupshot

Escócia. Em francês, “Écosse”, nome escolhido por Monsieur Dior para sua coleção de outono-inverno 1947, mas também o destino escolhido pela atual diretora criativa da maison para mostrar seu Cruise 2025. Em uma coleção repleta de colaborações que fazem referência ao local (da parceria com a Le Kilt que reinterpretou o tradicional item escocês até os cashmeres da Johnstons e Esk, passando pelas tramas da Harris Tweed), o que se viu nos jardins do castelo de Drummond foi mais um exercício da estilista para criar novas maneiras de abordar o tema da força feminina através de roupas. Reuni algumas delas abaixo!

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Um exército de modelos-guerreiras

Logo no primeiro look, uma reverência à história da Escócia: um vestido com a padronagem tartan e um cinto no qual se via uma sporran, a pequena bolsa de couro escocesa tradicionalmente pendurada à frente na cintura. Nos looks seguintes, o styling com acessórios utilitários e botas pesadas (não à toa, chamadas de “combat boots” no Reino Unido) sugeria a intenção de vestir a mulher Dior com a força para enfrentar qualquer coisa que aparecer em sua frente. São modelos-guerreiras, o que ficou ainda mais claro com as golas, os casacos e os vestidos de malha metálica que remeteram aos usados sob armaduras na era medieval – a mesma, aliás, em que se iniciou a construção do castelo de Drummond, onde o desfile foi realizado.






Herança de Rainha: a rebeldia que habita o tecido

Se o veludo preto, os decotes quadrados e os ombros bufantes remetem aos trajes de Mary, a Rainha da Escócia, não é mera coincidência. Mary passou 19 anos presa e, durante esse tempo, foi na arte do bordado que encontrou conforto e reflexão. Mas não só isso: privada de receber visitas e de se comunicar livremente pelos meios tradicionais da época (como as cartas, por exemplo), fez dos tecidos que bordava uma plataforma de expressão, na qual aplicava com frequência mensagens simbólicas, carregadas de rebeldia – o que captou o olhar de Maria Grazia. Nas palavras da diretora criativa, trata-se da história de “mais uma líder feminina inspiradora”.






Parece mas não é: a pureza e inocência do unicórnio

Parte da mitologia Celta, o unicórnio é considerado o “animal da Escócia”. Encontrado por Maria Grazia na tapeçaria “The Lady and The Unicorn”, parte do acervo do Musée de Cluny, em Paris, o unicórnio simboliza pureza e inocência, mas também autonomia e independência – é um bicho difícil de ser domado. Essa dualidade aparece em toda a coleção, na qual tramas delicadas, semitransparentes e em cores claras contrastam com acessórios pretos de peso e até mesmo com o verde militar, em versão utilitária e feminina, simultaneamente.






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Mesmo fora da t-shirt, a mensagem é clara

Se Maria Grazia fez viralizar a frase “We Should All Be Feminists” em uma simples camiseta branca na coleção de primavera-verão 2017, desta vez ela recorre novamente ao recurso dos letterings para passar sua mensagem: escritas em uma tipologia que remete ao gaélico escocês, palavras como “Moody” (algo como “temperamental” ou “de lua”), “Hysterical” (“histérica”) e “Bossy” (“mandona”) foram estampadas em peças da coleção Cruise, possivelmente fazendo alusão aos termos que são usados para descrever mulheres (mas raramente homens) até hoje.


Com Antonia Petta e Milene Chaves

Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.

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