A colheita da segunda safra de milho 2024 no centro-sul do Brasil alcançou 4,7% da área cultivada até última quinta-feira (30), contra 2% registrados na semana anterior e 1,4% em igual período do ano passado, afirmou nesta segunda-feira (3) a consultoria AgRural.
Segundo o analista Adriano Gomes, a antecipação nos trabalhos em relação ao ano passado acontece por conta de um plantio adiantado em Mato Grosso, maior estado produtor brasileiro, e pelo tempo seco e quente no Paraná, que reduziu as produtividades no segundo produtor nacional, mas também acelerou o ciclo.
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“Os trabalhos seguem puxados por Mato Grosso, onde as produtividades surpreendem positivamente, e pelo Paraná, que tem perdas causadas pelo calor e pela irregularidade das chuvas”, detalhou a consultoria.
A AgRural estimou na semana passada a produção total de milho 2023/24 do Brasil (primeira, segunda e terceira safras somadas) em 118,4 milhões de toneladas, versus previsão anterior de 119,5 milhões de toneladas, com corte de projeção pelo tempo seco e quente em todos os estados produtores, com exceção de Mato Grosso.
Segundo Gomes, a projeção de safra da AgRural para o país se mantém.
De acordo com a analista Daniele Siqueira, também da AgRural, a colheita antecipada não deve ter impactos tão relevantes na exportação de milho em junho, até porque o cereal brasileiro está menos competitivo que origens como Estados Unidos e Argentina. Além disso, a safra brasileira é menor.
“Apesar da colheita mais rápida, a produção do Paraná é menor devido ao clima. Aqui na AgRural a gente trabalha com produção de 11,9 milhões de toneladas para o Paraná, contra 14,7 milhões de toneladas no ano passado. E podem ocorrer novas reduções ainda, já que muitas lavouras do norte do Estado ainda estão enchendo grãos”, disse ela.
Por outro lado, Siqueira destacou que o Mato Grosso tem uma “safra bastante boa”, ainda que inferior à do ano passado devido à redução de área. “Mas maior do que se esperava inicialmente.”
“Isso pode dar impulso às exportações já em junho. Por outro lado, agora em 2024 temos muito mais concorrência no mercado internacional, especialmente dos EUA e da Argentina”, acrescentou.
No Paraná, especificamente, ainda há bastante soja para ser exportada antes de o milho entrar no fluxo exportador, afirmou a analista. “Então imagino que o milho do PR vai ficar para mais tarde.”
O Brasil deverá registrar uma redução de mais de 40% exportação de milho na atual temporada na comparação com o recorde do ciclo anterior, quando o país exportou 54,6 milhões de toneladas, segundo números da estatal Conab.
No ano passado, o Brasil liderou a exportação global, superando os Estados Unidos. As exportações de milho do Brasil sazonalmente ficam mais fortes no segundo semestre, quando os embarques de soja perdem um pouco da intensidade, abrindo espaço nos portos.
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