Ibovespa fecha em queda com feriado minando apetite por risco

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O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (29), com as ações da Vale entre as maiores pressões de baixa na esteira do declínio do minério de ferro na China, enquanto o cenário externo referendou o tom cauteloso antes de feriado de Corpus Christi.

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O Ibovespa caiu 0,87%, a 122.707,28 pontos, após tocar 123.780,47 pontos na máxima e 122.457,54 pontos no pior momento, mínima intradia do ano.

O volume financeiro somou R$ 19,1 bilhões, de uma média diária de R$ 23,86 bilhões no ano.

“Todo mundo quer passar o feriado tranquilo… sem carregar posição de bolsa” no feriado, afirmou o chefe da EQI Research, Luís Moran. “Ninguém quer ficar com esse risco na mão.”

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A agenda de quinta-feira nos Estados Unidos reserva dados como os pedidos semanais de auxílio-desemprego e preliminar do desempenho do PIB no primeiro trimestre.

Mas é a pauta de sexta-feira que traz ansiedade, uma vez que está previsto o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Federal Reserve, que mantém o suspense sobre cortes de juros.

Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,74%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,6137% no final o dia, de 4,542% na véspera.

No Brasil, a véspera do feriado teve uma agenda cheia de dados macroeconômicos, incluindo queda na taxa de desemprego para 7,5% no trimestre até abril e alta da dívida bruta a 76% do PIB em abril, com superávit do setor público abaixo do esperado.

A pauta ainda mostrou que o IGP-M acelerou a alta para 0,89% em maio, enquanto a confiança do setor de serviços recuou novamente em maio. O Ministério do Trabalho e Emprego ainda divulgou a abertura de 240.033 vagas formais de trabalho em abril.

O dólar à vista fechou a quarta-feira em alta firme ante o real, superior a 1%, voltando a ficar acima de R$ 5,20, com as cotações refletindo o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior e dados fortes do mercado de trabalho brasileiro, que deram suporte à disparada das taxas futuras de juros.

Numa sessão que antecedeu o feriado de Corpus Christi no Brasil, parte dos investidores também buscou a proteção da moeda norte-americana, já que os mercados seguirão abertos no exterior na quinta-feira.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,2103 na venda, em alta de 1,10%. Este é o maior valor de fechamento desde 18 de abril, quando a divisa foi cotada a R$ 5,2508. Em maio, a moeda acumula elevação de 0,34%.

Às 17h10, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,97%, a R$ 5,2100  na venda.

DESTAQUES

– VALE ON (VALE3)  recuou 1,02%, com os futuros do minério de ferro recuando pela terceira sessão consecutiva na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 1,11%, a 891 iuanes a tonelada, depois de cair mais de 2% na terça-feira.

– PETROBRAS PN (PETR3 / PETR4) caiu 0,13%, após duas altas seguidas, mesmo com o sinal positivo dos preços do petróleo no mercado externo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista ao jornal francês Le Monde, publicada nesta quarta-feira, que não há mudança radical ou motivo de preocupação com a Petrobras e a empresa deve executar seu plano de investimento. Analistas do JPMorgan cortaram o preço-alvo das ações de R$ 43,50 para 41 para incorporar os resultados do primeiro trimestre, reiterando recomendação “neutra”.

– ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) fechou em baixa de 0,7% e BRADESCO PN (BBDC4) perdeu 1,01%, contaminados pelo clima mais cauteloso no mercado antes do feriado na quinta-feira, quando Wall Street funcionará normalmente.

– LWSA ON (LWSA3) subiu 3,39%, em dia de ajustes, com a perda acumulada no mês até a véspera ultrapassando 10%.

– LOJAS RENNER ON (LREN3) terminou com acréscimo de 1,21% após a Câmara dos Deputados aprovar taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. O Goldman Sachs também reiterou recomendação de “compra” para as ações, com preço-alvo de R$ 20.

– YDUQS ON (YDUQ3) recuou 3,75%, após anunciar na véspera a aquisição, por meio da subsidiária Estácio, do Instituto Cultural Newton Paiva por R$ 49 milhões. Analistas do Citi também cortaram a recomendação para as ações para “neutra” e reduziram o preço-alvo dos papéis de R$ 20 para 14.

– AZUL PN (AZUL4) caiu 3,63%, após divulgar que está mantendo conversas independentes com a Abra, holding controladora da Gol, para “explorar eventuais oportunidades”, embora não haja ainda nenhum negócio firmado entre as empresas, além do acordo de codeshare. GOL PN (GOLL4) perdeu 10,16%.

– COSAN ON (CSAN3) encerrou com decréscimo de 0,29%, em meio à repercussão do resultado do primeiro trimestre divulgado na noite da véspera, que mostrou prejuízo líquido de R$ 192 milhões, ante perda de R$ 904 milhões um ano antes.

– LIGHT ON (LIGT3), que não faz parte do Ibovespa, valorizou-se 5,31% após assembleia de credores aprovar nesta quarta-feira o plano de recuperação judicial da companhia elétrica, conforme duas fontes afirmaram à Reuters. A empresa busca reestruturar uma dívida de R$ 11 bilhões.

– GRUPO MATEUS, que não está no Ibovespa, avançou 4,53% em meio à assinatura de memorando de entendimento não vinculante para negociar a aquisição do controle da rival Novo Atacarejo, que tem operações em Pernambuco e na Paraíba.

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