Parabéns, Leo. E obrigada, meu filho

  • Post author:
  • Reading time:8 mins read

Eu e o Leo: a notícia de que eu teria um filho foi uma surpresa que me transformou no segundo em que eu soube (Arquivo pessoal)

Hoje é aniversário de 5 anos do meu filho. E qualquer pessoa que tenha que equilibrar a vida de trabalho e filhos vai se identificar com a coluna de hoje.

Quando meu filho nasceu, eu tinha apenas 20 anos de idade. Eu empreendia há 8 anos, mas ainda era uma jovem tentando se descobrir na vida. A notícia de que eu teria um filho foi uma surpresa que me transformou no segundo em que eu soube.

O Leo nem sabe disso, mas se hoje sou a mulher forte, inteligente e determinada que sou, muito disso devo a ele.

Quando temos um negócio, ele é como um filho para nós. Precisamos cuidar todos os dias, dedicar horas e horas para que ele dê certo, perdemos noites de sono pensando e cuidando dele, sem a certeza de que tudo vai dar certo no fim.

Mas, diferentemente da maternidade, no empreendedorismo temos manuais, técnicas e estratégias. Conhecemos tarefas que sabemos que estão lá e a consciência que precisamos delas para ter sucesso.

Quando temos um filho, ninguém nos entrega um manual de instruções. Cabe a nós ir atrás dessas informações para darmos o nosso melhor para esse novo ser humano que temos a imensa responsabilidade de criar e educar.

Não precisamos aprender o amor incondicional, porque ele é sentido desde o momento que o filho nasce, mas precisamos desafiar a nós mesmos a querer ser melhores todos os dias, nos momentos mais desafiadores que podemos imaginar (e alguns que nem imaginamos).

Com o Leo, aprendi a ser mais produtiva. Mais paciente, menos reativa. Aprendi a ter mais inteligência emocional. Me desafio todos os dias para ser minha melhor versão. Para ser o exemplo que ele precisa para se tornar um adulto seguro, confiante e bom.

Esse é, com certeza, o maior desafio de uma vida toda. A aventura mais louca, complexa e deliciosa que só quem tem um filho entende. E, ao me jogar de cabeça nessa jornada e abraçar o desafio de braços abertos, me transformei em uma versão de mim que me orgulho todos os dias.

Se eu pudesse resumir os maiores aprendizados que ser mãe me trouxe, seriam esses daqui:

1 – Paciência: quando estamos criando um filho, precisamos exercitar a paciência de uma forma que nunca teremos em outras áreas da vida. Olhar para uma pessoa que você ama mais do que a si mesmo e lidar com o medo de errar (ou com o medo de vê-la errando e sofrendo na vida), é uma tarefa bem difícil.

Desde pequenos os filhos testam a nossa paciência. Se aproveitarmos esse desafio para aprender autocontrole, aprender a regular nossas emoções e a nos acalmar para tomar a melhor decisão para o agora e para o futuro, desenvolveremos uma paciência que nos tornará exímios profissionais. No trabalho, paciência será exigida de você o tempo todo. Se você conseguir desenvolver essa habilidade, vai se destacar entre os demais adultos sem autocontrole e impulsivos que existem por aí, além de garantir que estará tomando a decisão certa para o momento e para o futuro, agindo ao invés de ficar só reagindo ao que acontece.

2 – Coerência: um filho aprende pelo exemplo. Não adianta pedir para uma criança parar de gritar gritando também. Eles aprendem com o que fazemos, então se quisermos ser bons pais e mães, precisamos fazer o que falamos, o famoso “walk the talk”. A coerência entre fala e atitude é essencial para que você tenha uma carreira de sucesso e relações sólidas e duradouras. Atualmente não faço promessas que não posso cumprir, não minto nunca e sigo aquilo que falo para os outros à risca na minha própria vida. Que liberdade é saber que você é uma pessoa coerente. As pessoas percebem e passam a confiar mais em você.

3 – Determinação: quando fui mãe, acordava uma média de seis vezes por noite, e mesmo assim tinha que tocar meus negócios e exercer a profissão sem deixar de ser mãe todos os momentos. Se isso não exige determinação, não sei o que mais exigiria… Não abro mão dos meus sonhos por ninguém, e não abaixo a cabeça para qualquer dificuldade que tiver de enfrentar no meu caminho, seja nos negócios ou na vida pessoal. Essa força descomunal de ser forte e resiliente te torna uma pessoa imparável e, consequentemente, incomparável.

4 – Autoconhecimento: os filhos deveriam te fazer querer ser melhor, para que eles vejam em você o que vão buscar ser na vida. E, para sermos melhores, precisamos, antes de tudo, conhecer a nós mesmos. É engraçado que a máxima “conhece-te a ti mesmo” existe desde muito antes de Cristo nascer, com origens na filosofia, e ainda hoje precisamos reiterar a importância disso para cada um de nós. Minha jornada de autoconhecimento é diária, e cada oportunidade que eu tenho de fazer as coisas de uma forma melhor, eu me desafio. E, sendo assim, conhecendo minhas fraquezas e forças, a cada dia que passa, me torno uma pessoa melhor para mim e para todos que eu tenha contato durante a vida.

5 – Altruísmo: o tipo mais bonito de amor é o amor altruísta. Aquele amor de dar sem esperar nada em troca. Muitos pais não exercem esse tipo de amor com os filhos, mas desde que tive meu filho, desde o primeiro momento que olhei para ele, me comprometi a amá-lo de forma altruísta até o fim da minha vida. Faça o que você quiser pelos outros, mas faça do seu coração, e não esperando algo em troca. A expectativa implica em um amor condicional, e quando você faz o bem e o certo sem se apegar ao resultado gerado, é quando você cria a todo momento uma vida mais mágica, abundante, feliz e com propósito.

6 – Autorresponsabilidade: o que eu faço é responsabilidade minha. Nunca, jamais, vou culpar um filho por algo que EU fiz. Isso não significa que eu não erro, mas quando erro, como vezes que perdi meu controle e gritei por exemplo, vou até meus filhos e deixo claro que eles não têm culpa pela forma como eu agi. Que eles podem ter errado, mas que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer é problema nosso. Isso me tornou uma pessoa que não culpa os outros ou o mundo pelo que acontece na minha vida, e saber que eu tenho o poder sobre minhas escolhas, decisões é MUITO melhor do que viver a vida sentindo que sou vítima das circunstâncias.

7 – Coragem: todos os dias, quando eu acordo e olho para meus dois bebês, preciso ser a mulher mais corajosa que eu puder. A coragem de ser mãe e lidar com o medo de qualquer coisa ruim que possa acontecer com nossos filhos, sabendo que não temos controle sobre a maioria das situações externas que eles possam vivenciar, é a maior coragem que eu tenho. Isso me tornou uma pessoa muito mais corajosa para correr atrás do meu sonho profissional, me arriscar a fazer coisas novas e diferentes, a errar aos olhos de milhões de pessoas, e isso é o que me faz sempre andar para frente e avançar rumo aos meus objetivos profissionais.

Leia mais:

Minha melhor amiga vai casar – e o que isso tem a ver com marketing
A verdade sempre vence
Existe, sim, um jeito certo de ser mulher

Tenha você um filho ou não, sendo empreendedor e uma pessoa que busca evoluir como pessoa e profissional todos os dias, esses aprendizados serão de muita valia na sua jornada.

Espero que o que aprendi nessa jornada de ser mãe do Leo e da Maya, dois seres humanos tão especiais possa te ajudar a ser melhor na sua vida de alguma forma.

Beijos e até semana que vem!

 

Isabela Matte, 25 anos, é empreendedora, mãe, comunicadora, educadora, filósofa, palestrante e uma das maiores especialistas em marketing digital e Geração Z do Brasil. Cofundadora da edtech IMATIZE, Forbes Under30 e autora do livro “O Jovem Digital: Repensando o Presente, Moldando o Futuro”.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

O post Parabéns, Leo. E obrigada, meu filho apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Deixe um comentário