Falência da Red Lobster: Covid, alta de custos e milhões em camarão perdidos

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Divulgação

A Red Lobster reportou entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em dívidas nos seus registros de falência

A de restaurantes de frutos do mar Red Lobster anunciou no último domingo (19) que entrou com pedido de recuperação judicial, ou Capítulo 11 (Chapter 11), dias após começar a fechar dezenas de restaurantes. A notícia chega após a companhia passar anos lutando com trocas de proprietários, vendas estagnadas e problemas financeiros exacerbados por dívidas, a pandemia e uma promoção de camarão à vontade.

A Red Lobster afirmou que seus restaurantes continuarão operacionais durante o processo, mas fechará algumas unidades. O CEO Jonathan Tibus chamou isso de “o melhor caminho a seguir”, já que a empresa espera usar o processo para reduzir suas dívidas e se livrar de alguns alugueis caros.

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A rede divulgou dividas entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões e a CNBC informou que seu distribuidor Performance Food Group afirma que a Red Lobster deve mais de US$ 24 milhões apenas para eles.

Apesar das tentativas de crescimento de vários proprietários anteriores, as vendas da Red Lobster têm se mantido estagnadas na última década, de acordo com dados da revista Restaurant Business. A média de vendas foi de US$ 2,4 bilhões (R$ 12,2 bilhões) em todos os anos desde 2014, exceto em 2020, impactado pela Covid-19, quando a receita caiu para US$ 1,76 bilhão (R$ 8,9 bilhões).

A empresa também enfrentou forte concorrência de outras marcas de fast-casual e fast food nos Estados Unidos, incluindo veteranas como Chipotle e Chick-Fil-A e novatas de crescimento rápido como Cava e Sweetgreen.

Enquanto isso, toda a indústria de restaurantes tem lutado para se recuperar da pandemia, à medida que as empresas lidam com o aumento dos custos de mão de obra causado pela alta do salário mínimo e um mercado de trabalho apertado. Além disso, o setor sofre com um aumento de três anos nos preços de alimentos no atacado e uma inflação que levou alguns consumidores a limitar seus gastos com refeições fora de casa.

O atual proprietário da Red Lobster, Thai Union, citou “ventos contrários da indústria” e “aumento dos custos de mão de obra e materiais” como razões para sua decisão de vender a rede este ano.

Problemas da companhia

Mas alguns dos custos da Red Lobster podem ser específicos da rede. Ela vendeu muitos imóveis para financiar a aquisição por um antigo proprietário em 2014, essencialmente transformando a empresa em uma locatária, observa a CNN.

A empresa também tornou permanente sua promoção de US$ 20,00 chamada “Ultimate Endless Shrimp” no ano passado, uma medida que esperava aumentar o fluxo de clientes — mas aparentemente a rede subestimou quantos clientes optariam por isso, culpando a promoção por uma perda operacional de mais de US$ 11 milhões no terceiro trimestre de 2023. Os representantes da Red Lobster não responderam imediatamente aos pedidos de comentário da Forbes.

Como parte do pedido de recuperação, a rede informou que planeja vender para uma “entidade formada e controlada por seus atuais credores principais”. A empresa também afirmou que recebeu um compromisso de US$ 100 milhões de seus credores atuais. Atualmente, a Red Lobster possui mais de 700 unidades globalmente, segundo seu site. Não está claro se o anúncio de fechamento de restaurantes feito está incluído nessa cifra.

Trajetória

A cadeia de restaurantes de frutos do mar abriu sua primeira unidade em Lakeland, na Flórida, em 1968, e começou a expandir rapidamente em 1970 após receber apoio da General Mills.

A General Mills eventualmente separou sua divisão de restaurantes, chamada Darden Restaurants — nomeada em homenagem ao fundador da Red Lobster, Bill Darden — em 1995.

A Darden Restaurants, que possui outras redes como Olive Garden e Longhorn Steakhouse, vendeu a Red Lobster para a Golden Gate Capital em 2014 por US$ 2,1 bilhões.

Em 2020, a Golden Gate Capital vendeu sua participação remanescente na cadeia de restaurantes de frutos do mar para a Thai Union, com sede na Tailândia. A Thai Union anunciou no dia 16 de janeiro que venderia sua participação até o fim de 2024, citando a pandemia, a inflação e o aumento dos custos.

A cadeia de restaurantes de frutos do mar também enfrentou dificuldades com a rotatividade de executivos — passando por cinco CEOs desde 2021 — e nomeou Jonathan Tibus como o mais recente no fim de março. Ele supervisionou a reestruturação de várias outras cadeias de restaurantes em dificuldades, incluindo Kona Grill e Quiznos.

Relatos circularam que a Red Lobster estava considerando a recuperação em meados de abril, e a CNBC informou que estava procurando um comprador para evitar tal medida.

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