“O que eu quero fazer é tirar o meu pai do corte de cana”, disse Wellington Gomes ao ser questionado sobre o destino (guarde essa palavra) do primeiro salário após se formar em Medicina, dada a sua origem socioeconômica, filho de um trabalhador rural da Zona da Mata de Pernambuco (podemos dizer que estamos diante de um verdadeiro milagre). Na esmagadora maioria das vezes, pessoas que obtiveram sucesso em cursos concorridos em universidades públicas ou empregos governamentais de maior prestígio social contaram com uma série de investimentos pecuniários e não-pecuniários. Em uma frase que talvez a sua tia do grupo do WhatsApp da família não fique tão feliz em ouvir: a aprovação em concursos públicos é apenas mais um fator de reprodução intergeracional das desigualdades socioeconômicas.
Leia mais (04/30/2024 – 08h00)