Um número cada vez maior de CEOs teme ser substituído pela inteligência artificial. Essa é a constatação de uma pesquisa feita pela ADN Digital, que entrevistou líderes empresariais nos EUA, Reino Unido e Holanda. O estudo aponta que 43% dos CEOs temem ser substituídos por IA. Ao mesmo tempo, 45% já afirmam tomar decisões com base em dados e informações usando o ChatGPT”.
Vitor Roma, CEO da consultoria de TI keeggo, explica que antes de falar de medo, é necessário entender qual é a função de um CEO nos dias de hoje. “A era do ‘super CEO’, que entende de tudo e participa de tudo, acabou. O CEO atual é aquele que consegue executar e maximizar os recursos da companhia, sejam eles tecnológicos, humanos ou físicos”, diz Vitor.
Ainda de acordo com Vitor, no contexto da inteligência artificial, o CEO precisa ser capaz de maximizar o uso da IA como um recurso fundamental na gestão da empresa e na evolução contínua do portfólio. “O CEO atual deve tirar o melhor de todos, quase como um chief happiness officer, garantindo que os especialistas estejam bem e tenham tudo o que precisam para entregar o máximo que possam – tudo isso potencializado pela IA”
“Não vejo a substituição por IA como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade para alavancar serviços e criar soluções mais eficientes. Meu papel é liderar a equipe, definir estratégias e tomar decisões estratégicas que exigem criatividade, visão de negócios e empatia – aspectos que a IA ainda não pode replicar totalmente”, diz Cristiano Maschio, CEO da fintech Qesh.
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Humano e automatização
Vanessa Pires, CEO da socialtech Brada nao teme a inteligencia artificial, pois entende que a complexidade de pensamentos humanos e a capacidade de criar nexo entre as coisas é algo que a IA não pode substituir. “O ser humano está sempre em processos criativos, em que não há tanta previsibilidade. O ideal é: se você se prepara para ser imprevisível, você não será substituído por uma inteligência artificial.”
“A IA ainda não consegue ter a sensibilidade para lidar com os sentimentos dos seres humanos. Ou seja, a IA não consegue dar suporte a questões emocionais e interpessoais que favorecem o dia a dia dos nossos colaboradores, clientes e do próprio desenvolvimento organizacional.”, afirma Vanessa.
Já Henrique Borges, CEO da edtech Somos Young, alerta que o movimento IA tem impacto parecido com o da bolha da internet nos anos 2000. “Se perguntassem para o dono de uma videolocadora se ele tinha medo da internet, ele diria que não, pelo fato de desconhecer os impactos que a tecnologia traria. Eu não tenho medo de ser substituído pela IA, mas se eu não me preparar para me adaptar a ela, não só serei substituído como minha empresa sucumbirá à revolução da inteligência artificial.”
“Acredito que a IA só traz benefícios ao otimizar processos e reduzir a burocracia de atividades que podem (e devem) ser automatizadas. Não temo ser substituído, há coisas que a inteligência artificial não tem habilidade para resolver, enquanto outras sim. Aquelas nas quais o meu tempo é mais desperdiçado do que investido, eu quero que ela entre com tudo’, diz Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma (empresa de design e inovação).
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