Reconhecido por uma trajetória que conecta empreendedorismo, tecnologia e inovação, o baiano Paulo Rogério Nunes foi nomeado como um dos mais importantes futuristas e inovadores de origem africana pela organização internacional Most Influential People of African Descent (MIPAD), parceira das Nações Unidas para promoção da Década dos Afrodescendentes.
O empreendedor, consultor em Diversidade e Inovação e autor do livro “Oportunidades Invisíveis”, está acompanhado de nomes como o cantor americano Will.i.am da banda Black Eyed Peas, a brasileira Grazi Mendes, a autora Joy Buolamwini que inspirou o documentário Code Bias (Netflix) sobre Racismo e Inteligência Artificial, o ministro nigeriano da Economia Digital, Bosun Tijani, Pedro Lopes – Secretário Nacional de Inovação de Cabo Verde e o coletivo de astronautas afrodescendentes, Color of Space.
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A cerimônia de premiação acontece dia 20 de setembro de 2024 durante a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na cidade de Nova York. Em 2018, Paulo Rogério Nunes foi nomeado como um dos 100 afrodescendentes mais influentes com menos de 40 anos. Em 2017, Paulo participou de um encontro com o ex-presidente americano Barack Obama e já palestrou em eventos da Fundação Barack Obama. Em entrevista para a Forbes Brasil, ele resgata sua relação com tecnologia e inovação.
Forbes Brasil – Pode relembrar quando começou sua paixão por tecnologia?
Paulo Rogério Nunes – Eu estudei tecnologia no ensino médio no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Ali desenvolvi uma paixão grande pelo tema e inclusive tive de aprender inglês para entender esse novo mundo que estava se apresentando para mim. Daí trabalhei em provedores de internet aqui em Salvador e pode me conectar com vários colegas de TI. Além disso, me conectei muito com o tema pois na infância fui apaixonado por games e tive uma espécie de lan house na comunidade onde nasci. Eu usei a tecnologia para me conectar com a diáspora. Por exemplo, fui um dos primeiros brasileiros a usar o Black Planet, comunidade online de afroamericanos que surge antes do Facebook. Por fim, em 2004 fui pra Berlim em um evento e conheci o tema do Afrofuturismo…eu tinha pouco mais de vinte anos e fiquei encantado.
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FB – De que maneira você transforma essa paixão em ações efetivas? Como fomentar o ecossistema de startups em Salvador , por exemplo?
Paulo – Por meio da Vale do Dendê que apoiou mais de mil empresas com seus programas e também com o Festival Afrofuturismo que na última edição reuniu 8 mil pessoas de 23 países em Salvador.
FB – Como a tecnologia pode contribuir para tornar o mundo mais inclusivo?
Paulo – Sem dúvidas, cada vez mais será difícil separar a tecnologia de nossas vidas. Estamos caminhando para uma simbiose muito grande onde até mesmo nossos corpos estarão conectados. O grande desafio é ter parâmetros éticos para essa simbiose que já está mudando e vai mudar mais a nossa política, cultura, relacionamentos etc. Por outro lado, se soubermos usar bem a tecnologia podemos resolver grandes problemas mundiais como os problemas ambientais, a fome e prevenir inclusive catástrofes com a Inteligência Artificial. Sonho com um mundo que se pareça mais com Wakanda do que com Blade Runner.
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