O Ibovespa fechou estável nesta quinta-feira (18), após abrir em alta, mas inverter curso e renovar mínima do ano durante o pregão, com falas de autoridades reforçando apostas de que o Federal Reserve não deve começar a cortar os juros tão cedo dada a inflação ainda elevada nos Estados Unidos.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,02%, a 124.196,18 pontos. Na máxima do dia, chegou a 125.140,22 pontos. Na mínima, a 123.396,53 pontos, menor patamar desde novembro passado. O volume financeiro somou R$ 21,75 bilhões.
Apesar de um início de dia mais positivo para os ativos de risco globais, o movimento de alta não conseguiu se sustentar.
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Mais cedo, falas de dirigentes do Federal Reserve reiteraram a falta de urgência em reduzir as taxas de juros norte-americanas, incluindo as do presidente do Fed de Nova York, John Williams, e do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic.
Alguns bancos agora estão projetando que não haverá cortes neste ano, dado o vigor da economia norte-americana e a inflação acima da meta.
“É claro que não tem nada certo… mas isso já ajudou a dar uma azedada no mercado”, disse Renato Nobile, analista da Buena Vista Capital, reforçando que o indicador brasileiro permaneceu vulnerável ao ambiente externo. O índice de referência S&P 500 fechou em queda de 0,22%.
Em Washington, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a redução drástica nas expectativas de cortes da taxa de juros dos EUA afetou variáveis macroeconômicas globalmente, com uma reprecificação de ativos.
Uma pesquisa da XP com assessores filiados mostrou que, com um desempenho negativo do Ibovespa no mês passado, o sentimento em relação à bolsa se tornou mais cauteloso.
“O risco fiscal brasileiro segue sendo o foco dos assessores, mas preocupação com macro global ganhou relevância”, afirmaram estrategistas da XP em relatório a clientes.
O Ibovespa caiu 0,71% em março, e acumulava até esta quinta-feira declínio de 3% em abril.
DESTAQUES
– VALE ON fechou com alta de 0,37%, a 62,34 reais, abaixo da máxima da sessão, quando o papel chegou a tocar os R$ 62,72, em meio a novo avanço dos futuros do minério de ferro. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 3,07%, a 874 iuanes (US$ 120,75) a tonelada.
– PETROBRAS PN subiu 0,18%, a R$ 39,85, e PETROBRAS ON caiu 0,24%, a R$ 41,05, refletindo a volatilidade nos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do petróleo Brent encerrou em queda de 0,21%. Na sexta-feira, o conselho de administração da estatal deve se reunir, mas a questão sobre o pagamento de dividendos extraordinários não estará na pauta, disse o presidente-executivo, Jean Paul Prates, a jornalistas nesta quinta-feira.
– TOTVS ON valorizou-se 2,47%, a R$ 27,76, entre as maiores altas percentuais do Ibovespa. Analistas da Ativa Research atribuíram o movimento a um “sell side” mais otimista com relação ao desempenho da empresa de tecnologia.
– ASSAÍ ON avançou 2,65%, a R$ 13,18, em alta também atribuída a comentários positivos do “sell side” sobre a performance da companhia de alimentos.
– SABESP ON teve alta de 1,63%, a R$ 82,77, após a Câmara Municipal de São Paulo aprovar, em primeira votação, adesão à privatização da empresa. O texto ainda deve passar por uma segunda votação, com data a ser definida. O governo paulista, que prevê desestatizar a Sabesp este ano, definiu o prazo de lockup para o investidor de referência que se juntará à empresa de saneamento para até o final de 2029.
– ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,13%, a R$ 31,73, mantendo tendência ascendente da véspera, enquanto BRADESCO PN caiu 0,43%, a 13,77 reais, no sétimo pregão consecutivo de queda.
– AZUL PN teve desvalorização de 3,82%, a R$ 10,07. De pano de fundo, notícias da mídia de que a companhia aérea estaria considerando uma eventual fusão com a Gol, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos.
– OI ON e OI PN, que não fazem parte do Ibovespa, avançaram 4,41% e 2,14%, respectivamente, após a companhia de telecomunicações apresentar versão atualizada de seu plano de recuperação judicial para apreciação em assembleia geral de credores.
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