“O CEO precisa discutir IA de forma prática”, diz presidente da IBM Brasil

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Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil: “Vivemos um momento de crescimento muito forte de IA no Brasil. Esse é o assunto que está presente em todas as conversas que tenho com o nível executivo das empresas”

Discutir e direcionar inteligência artificial de forma prática. Esse é, atualmente, um dos grandes desafios dos C-Levels brasileiros. De acordo com o levantamento Global AI Adoption Index, da IBM, dos profissionais de TI entrevistados no Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, México e Peru, 67% ressaltaram que suas empresas aceleraram a implantação de IA nos últimos 24 meses.

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De acordo com Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil, o tema segue sendo discutido de forma cada vez mais objetiva pela alta liderança das empresas. “Neste novo contexto, temos o pilar da IA generativa, em que a pesquisa aponta que as empresas de América Latina estão muito abertas ao seu uso, com 37% implementando ativamente essa tecnologia e 45% dizendo que a estão explorando”, diz Braga que, em entrevista para a Forbes Brasil, reforça a evolução e aplicação da tecnologia.

Forbes – Qual o estágio atual da adesão das empresas que atuam no Brasil em relação à IA?
Marcelo Braga – Vivemos um momento de crescimento muito forte de IA no Brasil. Esse é o assunto que está presente em todas as conversas que tenho com o nível executivo das empresas. Todos muito interessados em escalar o uso para além dos pilotos e ou projetos de menor impacto, buscando ganhar diferenciais competitivos e maior produtividade. Mas tenho notado uma mudança de postura do mercado em relação à adoção de IA para negócios, um momento “pós hype” para uma discussão com mais maturidade, onde temas como governanças, uso ético e discussões de privacidade de dados vêm à tona. É claro que neste contexto existe uma variação dependendo do setor e do porte da empresa. Uma fatia importante de empresas que estão avançadas na adoção de IA implementando casos de uso como atendimento ao cliente, melhoria da experiência do funcionário com a automatização de processos, automatização das operações de TI e em cibersegurança.
Mas todas elas têm um ponto em comum, a comprovação do retorno sobre o investimento em prazos cada vez menores.

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Forbes – O que mudou com a chegada da IA generativa?
Braga – A IA generativa traz uma nova classe de IA que se destaca com a geração de textos de forma muito natural, desenvolvimento de código ou de conteúdos de imagens e vídeos ultrarrealistas, por exemplo. Aqui no Brasil, por exemplo, temos um estudo recente que aponta que 50% dos adotantes já estabeleceram políticas formais em toda a organização para direcionar a abordagem para a IA generativa. Mas é preciso ir além. A IA generativa trouxe um ganho de velocidade e assertividade em atividades que antes dependiam de ações manuais, treino de modelos e árvores de decisão. Uma IA generativa pré-treinada, bem construída, focada em resolver problemas de negócios, permite que uma empresa seja uma criadora de valor, e não apenas uma iniciativa de inovação. Pense que é possível treinar, ajustar e gerar valor contínuo de modelos de IA. Na era da IA generativa, não é sobre um ou outro modelo, um ou outro fornecedor de TI, mas sobre usar padrões
abertos para somar capacidades para trazer impacto para os negócios.

“Vivemos um momento de crescimento muito forte de IA no Brasil. Esse é o assunto que está presente em todas as conversas que tenho com o nível executivo das empresas. Todos muito interessados em escalar o uso para além dos pilotos e ou projetos de menor impacto, buscando ganhar diferenciais competitivos e maior produtividade.”

Forbes – Como um CEO deve se preparar para liderar em um mundo AI first?
Braga – Já é grande a quantidade de CEOs que acredita que a próxima vantagem competitiva em suas indústrias dependerá do domínio mais avançado da IA generativa. Por outro lado, vemos que há uma parcela que está em fase de amadurecimento em termos de conhecimento sobre a tecnologia. Isso é comum quando temos uma tecnologia em ascensão tão rápida e ampla. Contudo, por falta de conhecimento e confiança, projetos de alto impacto e transformadores podem não ser aprovados nos boards das empresas. Por isso, o letramento executivo sobre IA é fundamental. Outro ponto muito importante para o CEO é questionar sobre a plataforma de governança de IA que sua empresa usará. Como garantir que estão trabalhando com modelos confiáveis, mitigando vieses e que as informações que são usadas para o treinamento dos diversos projetos estão cumprindo regulamentações de privacidade de dados, por exemplo.

Forbes – Quais os principais projetos recentes da IBM no Brasil envolvendo IA?
Braga – Nosso foco é construir com nossos clientes uma IA focada em negócios que sejam explicáveis, livres de vieses, éticas e seguras, permitindo a governança que comentamos até aqui. A IBM vem trabalhando globalmente há décadas com IA auxiliando nossos clientes na criação de diversas diretrizes e conceitos que fundamentaram esse mercado.Já são centenas de casos de IA que implementamos no Brasil, mas gosto de mencionar alguns casos públicos e recentes, por exemplo com Bradesco com E-agro, um marketplace para  operar no setor do agro que oferta produtos e serviços financeiros e não financeiros para o produtor rural, clientes e não clientes da instituição financeira, já com tecnologia watsonx, nossa plataforma de IA generativa lançada no ano passado.

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