O designer e arquiteto Felipe Protti é o nome à frente da PROTOTYPE, marca de mobiliário sofisticado sob o conceito de slow design, fundada em 2014. Com influências tanto da moda quanto do cinema, Protti traz uma abordagem de menor produção e maior qualidade para suas peças. Após um intervalo de quatro anos, ele retorna à SP-ARTE, que abre hoje (3 de abril), no pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, com uma nova coleção, seguindo a tendência do retrofuturismo.
“Para a nova coleção, intitulada ‘Sons of Metal’, trouxe a versatilidade do metal e todas as suas qualidades de durabilidade, resistência e liberdade criativa. As peças combinam elementos como inox polido ou ferro cromado com veludos, couros, bouclés e peles”. Em conversa com a Forbes, Protti compartilha um pouco sobre seu processo criativo que envolve a marcenaria e a serralheria. Confira os tópicos abordados a seguir.
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O começo de tudo.
“Iniciei a marca em 2014, quando aluguei um espaço na Vila Madalena, com a intenção de montar meu estúdio de arquitetura e um coworking com designers e artistas em um formato de galeria de design nacional. A ideia era trazer artistas ‘makers’ e um ambiente de chão de fábrica”, explica.
A moda sempre teve uma influência significativa na carreira do designer.
“Cresci em um ambiente relacionado à moda, meus pais foram empresários do setor com a Doc Dog. Tenho muitas influências de tecidos, costuras e modelagens, o que me ajudou muito na tapeçaria. Além disso, as influências da moda e da arte sempre estiveram presentes em minha vida desde a infância”.
A ideia do upcycling de móveis surgiu após cinco anos da abertura da PROTOTYPE.
“Essa ideia surgiu quando tive o primeiro caso de manutenção de uma peça, o sofá Stripes. A cliente não tinha mais onde incluir o sofá na casa nova e quis vender, daí nasceu o processo de upcycling de móveis da marca”.
O designer compartilha sobre sua vivência no chão de fábrica e como acontece o processo manual.
“A fábrica hoje é um laboratório! O processo de criação ficou muito mais dinâmico. Por exemplo, as peças levavam três meses em média ou mais para ficarem prontas em fábricas de terceiros. Hoje, com o Bunker, eu finalizo em uma semana”.
Protti explica o porquê da importância de aliar memória afetiva e sustentabilidade em seu portfólio.
“Cada artista tem um processo, uma receita, e eu acredito que o diferencial de cada um são as histórias e experiências unidas com pesquisas, referências e muito trabalho. Design para mim é a arte de simplificar o complicado”.
Sobre suas peças marcantes, Protti destaca algumas que fizeram história em sua carreira.
“A poltrona Boomerang foi um marco em minha carreira. Desenhei-a em 2009 para a Micasa, mas na época não foi possível desenvolvê-la totalmente como eu queria. Somente em 2014, com meu primeiro serralheiro chamado Rodela, consegui executá-la como desejava”.
O bunker é muito mais do que um chão de fábrica, é o laboratório criativo de Protti.
“Na pandemia, um amigo fechou sua fábrica de cenografia e me indicou o serralheiro dele, Otávio, então fui atrás de um galpão na Barra Funda para montar a serralheria com ele e começar o processo de verticalização”.
Sobre a equipe e a rotina de trabalho na PROTOTYPE.
“Hoje temos 22 pessoas na equipe. Em 2021, o André Luiz, nosso Head de Estratégia e Operações, foi fundamental para liderar o processo de estruturação do nosso crescimento. Costumo ficar na parte da manhã na fábrica junto com o designer, desenhando e acompanhando os processos”.
Sobre os planos para 2024 e as novidades, Protti revela:
“Em 2024, nossa estratégia é continuar a curva de crescimento e focar no mercado internacional. Já temos em torno de 15 peças para lançar.Também penso em lançar um projeto de cozinhas modulares Protokitchen, sinto uma falta disso no mercado”.
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