As ações do grupo chinês de eletrônicos Xiaomi subiram até 16% nesta terça-feira (2), depois que a companhia lançou na semana passada um carro elétrico que atraiu grande interesse do público, embora uma corretora tenha previsto que a empresa vai ter um prejuízo de quase US$ 10 mil (R$ 50 mil) com cada veículo neste ano.
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As ações da Xiomi atingiram o maior valor desde janeiro de 2022 no primeiro dia de negociação desde o lançamento na quinta-feira do primeiro carro da companhia, que segue o estilo da Porsche. As ações perderam parte da força mais para o final da sessão, mas encerraram com salto de 9%, o que elevou o valor de mercado da empresa em US$ 4 bilhões (R$ 20 bilhões).
Na máxima do dia, a Xiaomi teve uma avaliação de US$ 55 bilhões (R$ 277 bilhões) – maior do que a das tradicionais montadoras norte-americanas General Motors e Ford, com valores de mercado de US$ 52 bilhões (R$ 262 bilhões) e US$ 53 bilhões (R$ 267 bilhões), respectivamente.
O SU7 lançando pela Xiaomi – abreviação de Speed Ultra 7 – entra em um mercado de veículos elétricos lotado na China com um preço que chama a atenção – menos de US$ 30 mil (R$ 151 mil) para o modelo básico, mais barato que o Model 3 da Tesla na China.
Embora o maior mercado automotivo do mundo seja um desafio para os recém-chegados devido à guerra de preços acirrada dos veículos elétricos e à desaceleração da demanda, analistas dizem que a Xiaomi tem bolsos mais fundos do que a maioria das startups de veículos elétricos e sua experiência em smartphones lhe dá uma vantagem em painéis inteligentes – um recurso valorizado pelos consumidores chineses.
A Xiaomi informou aos potenciais compradores do sedã que podem enfrentar tempos de espera de quatro a sete meses para receberem o carro, um sinal de demanda robusta. Na sexta-feira, a empresa informou que havia recebido 90 mil encomendas antecipadas do veículo nas primeiras 24 horas de vendas.
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A empresa, que obtém a maior parte de sua receita de US$ 37,5 bilhões (R$ 186 bilhões) com a venda de smartphones, já produziu 5 mil unidades do SU7.
Na terça-feira, o fundador e presidente-executivo da Xiaomi, Lei Jun, disse que as entregas desse primeiro lote começam em 28 cidades chinesas na quarta-feira.
O lançamento do SU7 cumpre a ambição de Lei, que anunciou a incursão da empresa nos veículos elétricos em 2021, prometendo investir 10 bilhões de dólares no setor automotivo como “o último grande projeto empresarial” de sua vida.
A Xiaomi disse que espera perder dinheiro com o SU7, e alguns analistas preveem que o prejuízo será substancial.
Com base em um volume projetado de 60 mil unidades este ano, o Citi estima que o SU7 pode gerar um prejuízo líquido de US$ 567 milhões para a empresa. Isso corresponde a uma média de US$ 9,4 mil por carro.
Após o lançamento do SU7, outras marcas chinesas de veículos elétricos com modelos comparáveis anunciaram cortes de preços e oferta de subsídios. Em 2024, o segmento de 200 mil a 300 mil iuans terá cerca de 240 modelos de veículos elétricos disputando mercado, um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior, disseram os analistas do Citi.
Devido à demanda, a Xiaomi solicitou aos fornecedores aumento de capacidade de produção mensal do SU7 para 10 mil unidades, ante 3 mil em março e 6 mil em maio, informou a agência de notícias financeira chinesa Yicai, citando fontes.
O post Xiaomi supera valor de mercado da GM e Ford após lançar carro elétrico apareceu primeiro em Forbes Brasil.