O avanço do IPCA-15 voltou a desacelerar em março com a perda de força do impacto sazonal da educação, mas ainda ficou acima do esperado sob o peso dos preços de alimentação e bebidas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,36% em março, de uma alta de 0,78% em fevereiro, em um resultado que ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,32%.
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Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram ainda que a taxa acumulada em 12 meses passou a uma alta de 4,14%, de 4,49% em fevereiro e expectativa de 4,10%.
A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
O mês de março foi marcado por uma desaceleração no avanço dos custos de Educação a 0,14%, de 5,07% em fevereiro, quando o grupo foi impactado pelos reajustes tradicionais de início do ano letivo.
No entanto, o grupo de Alimentação e Bebidas pressionou o resultado com alta de 0,91%, ainda que tenha ficado abaixo da taxa de 0,97% vista em fevereiro, exercendo o maior impacto no índice do mês.
A alimentação no domicílio subiu 1,04% em março, com aumentos dos preços da cebola (16,64%), do ovo de galinha (6,24%), das frutas (5,81%) e do leite longa vida (3,66%).
O grupo Transporte acelerou a alta em março a 0,43%, de 0,15% no mês anterior, com a queda de 9,08% das passagens aéreas sendo compensada pela alta de 2,39% da gasolina. O etanol avançou 4,27% e os preços dos combustíveis como um todo subiram 2,41%.
Já Saúde e cuidados pessoais registrou alta de 0,61% no período, de 0,76% em fevereiro, com avanços em saúde (0,77%), produtos farmacêuticos (0,73%) e itens de higiene pessoal (0,39%).
A inflação vem sendo amplamente considerada sob controle no Brasil, com o Banco Central dando continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário, ainda que venha ressaltando a necessidade de atenção ao aumento dos preços de serviços em meio a um mercado de trabalho aquecido.
Na semana passada, o BC decidiu por nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.
Na ata desse encontro divulgada nesta terça, a autoridade monetária apontou maior preocupação com uma possível pressão de salários sobre os preços no Brasil, também citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica e sobre fatores do ambiente externo.
A pesquisa Focus divulgada nesta terça-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,75%, com a Selic a 9,00%.
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